Não faço parte, não pertenço a esse realidade. O mundo não me acolhe como antigamente e me sinto um farsante por experienciar esse lado da vida, contudo não me sinto injustiçado ou coisa parecida. A verdade é que tudo é consequência das escolhas que me trouxeram aonde estou.
Tudo culpa minha, a depressão não é mais 'cool' como antes parecia. Mas bem, foi forçando minha entrada que entrei nesse domínio sombrio e é somente forçando a saída que consigo tornar ao mundo do dia. Eis o início:
Estou abrigado em meus sonhos, "não me acorde, não me acorde!", agora é tarde. É uma da tarde e a empregada necessita limpar o quarto, razoável que eu levante. Vou à sala e assisti tv, está tão frio, vou até o armario pegar cobertas. Embrulhado no sofá usando almofada de travessiero, aguardo uma horinha.
Programação chata, nada de legal na tv, estou acostumado com as reprises da madrugada e não sei nada sobre a tv diurna ou vespertina. O único pensamento passa a ser voltar para cama.. voltar para cama. Não demora muito até que me seja dada a permissão.
Quarto limpo e arrumado como nunca antes nessa semana, mas só tenho olhos para cama. Nem subo as escadas para a parte de cima do beliche, a preguiça me impele a deitar na cama debaixo pertencente ao meu irmão. Ligo a tv e permito-me apagar.
Estranho o sono ter vindo tão rápido, mas veio. Considerando que fui dormir eram 4h da manhã havia tido boas 9hrs de sono, mas não bastava, estava insaciável. Viajo em sonhos despedaçados que sei vou esquecer, tudo pelo momento.
Acordo algumas vezes, mas pretendo ir até o final e aproveitar cada segundo desse hibernar. Está escuro, acho que é hora, levanto e descubro serem sete da noite. Nada muito espantoso, já é costume, mas ainda assim percebo ter sido exagero de minha parte.
Que seja, ligo o computador. Passo as horas seguintes no msn, ouvindo música e vendo tv, qualquer atividade minimamente contrutiva está proibida. Não demoro muito até q eu descubra que já é manhã, como é tradição sintonizo a tv e procuro um filme.
Esses filmes da manhã tem se mostrado muito providenciais, ligo a tv e sempre tem algo de bom e inédito. A brincadeira vai até as nove da manhã, desligo a tv e me viro para poder dormir. Dia importante, tenho de estar descansado.
Meu irmão entra no quarto afobado em busca de suas caneleiras, tem jogo hoje eu suspeito. Tento me encolher e ignorar o movimento da casa, mas é impossível; as vozes dele e de minha mãe conversando a respeito do mistério das caneleiras entraram na minha cabeça.
Levanto e vou na direção da cozinha e converso um pouco com minha mãe. Ajusto minha visão desacostumada com a luz do sol que invadem o cômodo pela porta aberta, bem como meu labrador que quase me derruba ao me cumprimentar.
É, acho que estou oficialmente de pé. O café com leite dado por minha mãe oficiliza a situação: virei a noite e vou até o fim. Ela planeja sair, vou junto dela me manter ativo e portanto, acordado. Passeio na Lapa para comprar algumas coisinhas, o que se chamaria de programa de índio.
A verdade é que foi bem produtivo, isso sem contar que é bom passar um tempo com minha mãe. Aproveito e compro roupa nova e um presente para o aniversário que ocorre a noite (fato que torna esse dia importante).
A manhã e parte da tarde vão fácil nesse passeiozinho, vamos então almoçar em um lugar novo, casualmente achado. Em uma casa de espetinhos pedimos uma travessa de picanha e cerveja, uma quantidade razoável de cerveja.
Carne vai, carne vem, bebida vai, bebida bem, converso com minha mãe e ela revela como esse hábito de hibernar meu a incomoda. Pelo visto ela guardou muito esse descontentamento, ouvi seu desabafo e acenei com a cabeça reconhecendo a falha.
Não foi muito sábio beber morrendo de sono, sem falar tendo uma festa mais a noite onde beberei ainda mais, nada sábio mesmo. Chego em casa por volta das quatro só pensando na caminha. Quarto ocupado pelo meu irmão, vou para o de hóspedes e durmo lá mesmo.
Sono leve e desgraçado, só no medo de perder a hora, que merda. Seis da tarde começo a me aprontar para a farra "energia.. energia!", nada melhor que um banho. O cair das águas me fizeram maravilhas. Escrevo o cartão, pego o presente e estou na rua.
0 comentários:
Postar um comentário