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13 de abril de 2014

Vai Passar

Desliguei-me de você junto do mundo, de uma vez, assim como uma estação trocada porque eu realmente saí do ar. O abismo me chamou e você não estava lá, de novo, eu morro, sem nada além de um pedido de ajuda que não faz o menor sentido. Abdiquei do privilégio da razão, já não faz parte de mim entender, queria apenas sentir, qualquer emoção barata que fosse, e procurei onde haveria de procurar.

O seletor de frequência me deixou nesse ruído cinza, um zumbido que nada diz, mas serve de companhia na solidão e alivia o terror do tédio. Há muito o que se fazer, uma pilha de livros e sonhos que quero consumir sem querer empenhar esforço ou tempo ou qualquer coisa daqui de dentro. Esse é um fundo comprometido, as reservas de mim nunca vem, ficam retidas na fonte - no âmago do ânimo, este nublado e cinza, como sempre. A quota pra manter o ar sorumbático é elevada e eu não abro mão.

Cai bem esse olhar profundo, dá justificativa pras olheiras e pros sonhos estúpidos, a falta de responsabilidade e o orgulho que persiste no fracasso. Eu só preciso parar por um segundo e tudo volta (será que foi embora? será que isso não passa de uma encenação?), uma pausa pra respirar e vem o desassossego, uma pausa pra respirar eu percebo o peso que comprime o peito no grande sacrifício que é apenas permanecer vivo. Tensão, distensão - alívio - tensão, distensão - alívio, e a roda torna  girar.

As comportas se fecharam, racionamento, não tenho como desaguar emoções se mal as tenho para mim, acho que é por isso que já não escrevo. Sou um autômato, autônomo - adulto, só falta o dinheiro e o mundo pode ter orgulho de mim. A realidade realmente não me inspira, acho que estou cego, pois insisto a despeito de avisos. Tenho esse sonho doido de que tudo poderia ser diferente, até eu mesmo, assim, diferente do que sou, me impondo sobre o mundo - e não o contrário. Fora do ar, preciso estar pra continuar lutando.

Pois já não sonho.

Tudo o que possuo é a lembrança daquilo que sonhei, a sombra da sombra do esboço de um viver possível mediante circunstâncias fabulosas de um mundo sem regras, sem barreiras para a vontade. Faz bem (não sei a quem) essa anestesia, então. Do contrário, o que restaria? Acho que estou perdendo o juízo, isso se já não o perdi quando decidi voltar a escrever, voltar aqui, sem nada realmente para... sem nada realmente, apenas. Mais que a explosão que me provoca a escrita, esse ruído nas palavras desconexas, o que devo almejar é o silêncio sepulcral do senso comum que veste bem em qualquer ocasião.

Uma boa noite de sono, é tudo o que eu preciso.

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