A explosão

O tempo passou, nada mudou, ao menos era o que eu pensava. Olha ao meu redor para perceber que nada esta em seu lugar. Minha confusão pede um balanceamento da atual situação,estou completamente perdido.

A garota nunca soube e nunca saberá, independente disso não sou o mesmo. Voltei a escrever e pude usar de todo esse peso que carreguei por tanto tempo em algo útil. Repito novamente: ela nunca soube e nunca saberá. Mas eu sei e jamais esquecerei.

Enterro cada cinza desse amor perigoso com esperança de viver muitos mais no futuro (com finais mais conclusivos é claro). Penso ser este o fim, ao que tudo indica não estou mais disposto a lutar. Ainda que alguns esforços possam ser feitos, não passarão de espasmos restantes de um hábito vicioso: amar a ela.

Este sentimento cresceu em mim como a chama de uma simples vela. Fechei as janelas e a protegi do vento, joguei papel para alimenta-la quando chegava ao fim do pavil. A chama cresceu. Arremecei cadeiras, me livrei de todos os moveis da sala até que houve uma grande explosão. A chama diminuiu até se extingüir.

Um amor como esse não desaparece simplesmente. Precisou consumir todo meu ar para se apagar. Com a chama apagada posso ver o estrago que me fez, o estrago que me fiz. Se sobrevivi após manter tal paixão em cativeiro deve ter um significado.

Talvez eu tenha aprendido algo, talvez eu esteja mais forte, apenas talvez. Sempre bom lembrar: sou um sujeito de vícios e posso estar apenas prestes a repetir tudo novamente. Seja como for é hora de levantar dos escombros e me preparar para a próxima.