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19 de agosto de 2008

Previsível

Hoje contarei o conto do homem previsível, óbvio no geral com talvez alguma peculiaridade nos detalhes.

O homem previsível tem suas regras, a primeira e mais sagrada é o cumprimento de seus horários a risca. Tudo a seu tempo com rigor de segundos, a semana é agendada todo domingo as 21:12 antes de deitar as 21:18 e cair no sono as 21:20. Imprevistos? Só com hora marcada!

O homem previsível é mestre da sua vida, não administra apenas o tempo como também o espaço. A segunda regra exige que tudo esteja em seu devido lugar com rigor de centímetros, dois minutos de manhã e a noite são reservados para se certificar de que tudo esteja certo. Bagunça? Só se estiver estrategicamente organizada!

Não há espaços para enganos, erros ou deslizes. "Impossível!" você diria, mas mesmo em uma cidade caótica como São Paulo as variáveis são calculáveis, e sobras de tempo são destinadas a compensar atrasos no trânsito, B.O. em delegacia, enfermidades na familia. Está tudo certinho.

Pode não parecer, mas o homem previsível não é alienado. Se confortar em uma rotina não o livra de reflexões sobre a vida e, conseqüentemente, a morte. Seu dom da previsibilidade o alertou sobre a ocasião que levaria a sua morte, com data mais ou menos certa.

Mudar seria o movimento mais correto, ele tinha a oportunidade de mudar o futuro porém, não o fez. Morreu exatamente como previra: vítima de um assalto que deu errado. Ele sabia que a rotina faz o bom ladrão e uma hora iria pegar algum ladrão inexperiente ( e possivelmente drogado).

Não que o sujeito fosse suicida, muito pelo contrário, adorava a vida e a protegia com seus planos. Porém, mudar a rotina e evitar a sua morte numa virada espetacular perto do final seria muito previsível. Até mesmo para ele.

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