Música

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5 de setembro de 2008

Discípulas do mago

Bem vindos ao universo místico onde o impossível encontra o possível e zomba cruelmente dele. Uma zona onde as exceções são lei e as regras são marginais, onde os humanos são os animais mais atrasados, onde tudo se faz (mesmo o que não pode). Bem vindos.. ao mundo real.

Contarei a história das discípulas do mago que ardilmente lançaram sobre mim o feitiço da invisiblidade. Poderosas e bem aplicadas, o fizeram sem sequer utilizar varinhas ou encantamentos rimados. Seu nível de magia era assombroso.

Nem percebi que estava encando, aliás, não estava encantado! Fui alvo de mais um dos grandes elementos desta sociedade tão brasileira*. Grande ultraje sofrido em consequência de minha passividade excessiva. Vamos ao ocorrido:

Estava eu a entrar no ônibus para o que viria a ser mais um dia comum na faculdade. Na ausência de lugares na frente encontro um localizado no famoso "fundão". Este local tão misterioso possui cinco assentos, dois em cada lado e um no meio de acesso ao corredor.

No meu lado esquerdo se localizavam duas garotas inquietas a rabiscar as placas brancas que amparam as pernas de quem senta nos assentos laterais. Não satisfeita com o trabalho a 'garota 1' pula para meu lado direito e passa a rabiscar a placa branca ainda relativamente limpa.

Eis que então começa meu pesadelo. Ignorando-me completamente as duas começam a conversar em altíssimo e bom som, com direito a piadas e gargalhadas. Numa dessas a 'garota 1' anuncia toda orgulhosa: "nossa como agente é favelada, isso 'tava' em branco quando chegamos".

Sempre me perguntava que tipo de gente vandaliza o patrimônio público, agora não podia estar mais claro. Em meio a insultos e detenção de pertences uma da outra a 'garota 1' gesticula no maior estilo italiano me desfirindo semi-socos e semi-tapas.

Enquanto isso a 'garota 2' provoca esta primeira e gargalha fazendo-a ter de elevar o tom de voz. Puxa vida, eu só queria ouvir uma música sossegado! Mas deixa quieto. Pois é, eu posso descrever com essa riqueza de detalhes mesmo estando de ouvidos tampados pelos fones.

Continuando a história. Percebi que elas não sairiam tão cedo do ônibus, provavelmente saltaria antes delas. Concentro-me na minha música (ou tento) sabendo que aquela tortura levaria ainda mais alguns minutos.

Penso então: "que tipo de pessoa vandaliza o patrimônio público, é mal educado e tão irritante?". Sim, a resposta estava lá na minha frente, eram aqueles elementos ali. Mas faltava alguma coisa.
Só soube o que era após o última das peripécias da 'garota 1'.

Próximo ao ponto ela resolve voltar a seu lugar. Não podendo ser de uma forma diferente, se sucede mais um escandalo até que ela encara a 'garota 2' e diz apontando a mochila: "Tira essas favelagens daí que eu quero ler meu livro do Paulo Coelho."

Preciso dizer mais alguma coisa?

1 comentários:

B. disse...

E depois essas mesmas pessoas reclamam que o governo não faz nada. Fazer para que? para que uma semana depois esteja tudo destruido?