Como tema exageradamente recorrente volto a falar da memória. Sou nostálgico e não posso fugir do que sou, sinto muito. Falarei daqueles sublimes momentos da mais pura e completa tranqüilidade quando você simplesmente encontra seu lugar neste vasto universo.
São raros, mas quando o encotramos o tentaremos repeti-los incessantes vezes. A sensação é viciante. Cruel porém, ser algo tão desgastante. As primeiras vezes jamais poderão ser recriados e quando você perceber teu momento se tornou mais um vício.
Para sair um pouco da teorização e explicar melhor darei os meus exemplos, os meus momentos. Anseio pelos próximos pois, os que possuia se afogaram nas ondas do tempo. Coisas simples que a seu momento tinham todo o significado.
O primeiro deles de que me recordo era do tradicional café com leite. Ao acordar, iniciava meu dia com uma bela xícara desta preciosa mistura e me deleitava com uma sensação de tranqüilidade enquanto ia ficando mais alerta.
Experimentava novamente deste momento ao saborear junto da tracional bebida um lanche da tarde. Mais do que um simples intervalo entre as refeições, estes momentos criaram uma ponte direta com a minha infância.
Era tradição, fazendo o mesmo nos dias de hoje admito que ainda posso ser feliz como na época da inocência. O tempo porém tratou de ruir esta ponte. Fiquei preso entre o passado irrecuperável e o futuro desconhecido mergulhando no abismo da decepção, de volta ao presente.
Hoje já posso ver que nem gosto tanto assim de café com leite. Desesperadamente empurro esta ordinária mistura, dia após dia, na tentativa vã de recuperar o sentimento. Não adianta, já olhei no espelho. Tenhu dezoito anos e não sou mais uma criança.
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