Pessimismo já não é novidade em tudo o que escrevo, em tudo o que sinto, em minhas expectativas para um futuro que nunca chegará aos pés de um passado que nem foi tão bom. A despeito da atitude negativa, algumas possibilidades de sair dessa prisão se abrem.
O meu isolamento do mundo pode finalmente ser quebrado pela porta principal: o coração. Medo de me magoar, medo de sentir, medo de descobrir, difícil escolher o principal motivo pelo qual me refuigiei em amores perfeitos ao longo do tempo.
Imaginava os beijos, os encontros, as declarações, a primeira vez que diriamos "eu te amo" e até ousei imaginar o casamento. Uma família reunida então ouviria a história de como papai e mamãe se apaixonaram perdidamente naquele dia perfeito.
No ponto de ônibus pedindo informação, dividindo o guarda-chuva na tempestade, se tranquilizando no elevador travado ou mesmo na troca de olhares durante a aula de matemática. Inúmeras situações ajustadas na métrica de uma boa e velha comédia romântica.
Pouco vi então as possibilidades reais. Não pensava no que falar para minhas adoradas e demorei muito a me aproximar verdadeiramente, sempre como amigo. Trilhava então dois caminhos: o real, no qual somente minha amizade era valorizada; e o sonhado, dos amores perfeitos.
Construi minhas próprias histórias de amor, reais ou não, e seus caminhos ocasionalmente se cruzavam. No final sempre vencia a fantasia que completava as lacunas vazias, os finais abrubtos e decepcionantes eram amortecidos.
Este vício pode ter chegado ao fim (já não era sem tempo!). Vejo um mundo mais feio do que o de meus sonhos, mas acima de tudo real! Tenho a chance de firmar meus pés no chão e contruir uma história inteiramente intensa e vívida, trlhando cada pedaço, cada obstáculo.
Não sei se é a desilusão, não sei se o enrijecimento de um coração que muito sofreu, não sei se é a concorrência de outros amores, mas a animação é contida, tímida, quase nula. Não faço disto grande alarde e foi até mesmo difícil escrever sobre a situação.
O mundo continua preto e branco, eu contínuo me sentindo lesado pela sorte e continuo a ver no passado a única felicidade possível: minhas lembranças. Um pouco de mim acredita, ou quer acreditar, no futuro, mas o que prevalece é um pessimismo que não quer dar espaço para o amor.
2 comentários:
Po cara
em certos momentos penso assim, no mundo preto-e-branco
mas as vezes consigo vislumbrar futuros melhores.. depende mt da situaçao atual.
Bom, mas somos seres dualistas não?
tudo sempre vai ter os dois lados.. afinal, à nós só resta pesar a balança.
:P
vc precisa conhecer aquarela :)
apesar disso, o vazio é o melhor incentivo para uma excelente escrita!
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