Diariamente esbarramos em escolhas, bifurcações, acontecimentos que mudarão pequenos detalhes, mas, ainda sim, cruciais para o desenvolvimento de nossa trajetória. Diante da prática infinidade de possibilidades delegamos nosso destino final ao universo místico.
Queremos ter controle, dizer porque somos felizes determinadas vezes e em outras tão miseráveis em nossas escolhas. Criamos dois seres místicos antagônicos, bem e mal obrando para nossa felicidade ou desgraça. São eles: sorte e azar.
Os crédulos dão a essa grande mão invisível, mestre dos seres antagônicos, os tendões de Deus. Sucesso ou fracasso são diretamente relacionados a um mundo completamente exterior ao nosso, obedece aos ensinamentos e terá o tão sonhado controle.
Falo de tudo isso para ilustrar algo que me aconteceu quarta-feira (pois é, sempre quarta!). Tive minha última aula de direção nesse dia, e só não a tive antes porque me atrasei duas vezes. Tem se então dois eventos diretamente ligados.
Somados a eles existe o fato de que eu marquei no dia anterior a aula, e isso só porque eu me atrasei para um compromisso anterior, tendo assim oportunidade usar meu bilhete único mais uma vez e dar um pulinho na auto-escola.
O stress e minha determinação me fizeram marcar em determinado horário, completamente inadequado (tinha faculdade naquele horário). Vê-se então uma série de eventos que me levaram a maracar a aula de direçaõ naquele dia, naquele horário.
O que quer que fosse acontecer fora do normal seria automaticamente delagado ao universo místico. A sorte, ou azar, tiveram espaço de manobra suficiente para me colocar ali. Eu sou um completo cético, mas impressionável. Eis que algo aconteceu.
Chegando de minha aula quem eu encontro? Justamente 'ela', a quem escrevi uma parte considerável de meus textos, de quem repetidas vezes me despedi. Lá estava ela novamente para me assombrar, só que desta vez bem na minha frente.
Sentei a seu lado, cumprimentei-a com um tradicional beijo no rosto e conversamos sobre assuntos vagos. Foi agradável ver uma velha amiga, mas nada mais do que isso. Não via nada além do que se encontrava na minha frente: uma garota bonita e simpática.
Conceitos superficiais, mas que mesmo assim já me bastavam para descreve-la. Ansiosa ela aguarda a aula que finalmente começa. Ela se levanta, nos despedimos. Enquanto entra no carro e a vejo partindo com seu instrutor lanço a ela um leve sorriso.
Um final perfeito, apesar de tudo. Se o que eu queria era uma conclusão acho que finalmente a obtive, olhei para a garota que solenemente me ignorava e ainda sim só pensava em sorrir, estava livre enfim.
Não vou dizer que desejo a ela toda a felicidade, isso seria uma grande mentira, mas dizer que não a odeio nem amo é um grande começo para a cura final: o esquecimento. Despeço-me então daquela que, por muito tempo, foi a musa perfeita. Adeus.
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