Guia da conquista

Odeio admitir, mas um dia desses estive a xeretar pela internet e achei por acaso, talvez nem tanto, um guia da conquista. Em um blog (o qual tentei procurar para linkar e não achei) um sujeito se vangloriava de seus conhecimentos da mente feminina, fiquei intrigado.

Uma pequena busca pelo site (por isso digo que não achei tão por acaso) encontrei um guia que resumia todas as descobertas daquele homem tão sábio. Em pdf o arquivo tinha a clara pretenção de se tornar um livro publicado, com imagens e tudo mais, fiquei ainda mais intrigado.

Não é a toa que se da tanto acabamento a um trabalho, tem de haver um procura e segurança do autor. Fica claro então de que eu, para fins de pesquisa, deveria ler aquele guia. Diante do material corro meus olhos a procura de alguma fórmula mágica.

A introdução já revela que não há receita secreta e desenvolve dicas que basicamente tratam da postura. Para além de uma análise conteudista do conquistador ele se restringe ao mundo da linguagem corporal e confiança.

A passagem que mais me chamou a atenção talvez seja onde se fala que aparência não é fundamental, mas que é bom causar uma boa primeira impressão (?!!?!) e então encerra com o seguinte comentário "não é preciso ser bonito para parecer bonito".

A impressão geral era de que se tratava de um estudo sociológico do acasalamento, como romântico fiquei um pouco aterrorizado. Se as coisas que o sujeitinho dizia eram verdades eu precisava rever minhas abordagens.

O que estava lá condizia com um estudo comportamental que vi no GNT em uma de minha madrugadas solitárias, então tendo a concordar infelizmente. Narrarei uma das experiências realizadas no programa e talvez vocês entendam onde quero chegar.

Em uma sala um ator e mais uma pessoa aleatória preenchem um questionário e depois se sujeitam a um jogo regido pela sorte coordenado por algumas apostas. Na primeira rodada de cobaias o ator se faz de dominante.

Senta com postura adequada, cabelo ajeitado, termina o questionário brevemente e fica perturbando o outro sujeito perguntando se ele já havia terminado. Resultado: na hora das apostas, ainda que o resultado fosse na sorte, as cobais não arriscaram muito.

Na outra rodada..

Senta desleixado, usa vestes descuidadas, coça a testa, passa as mãos sobre o rosto e deixa claro para o outro sua insegurança. Resultado: na hora das apostas, ainda no ambito da sorte, as apostas das cobaias são muito mais altas e arriscadas.

Disto se extrai: ainda somos animais. No final das contas conquistar garotas não é o modo correto de se explicar o que deve ser feito, mais do que isso o que importa é seduzir fêmeas. Chega de poesias, acho que é hora de ir a caça.