A ponto de explodir

Com o aperto dos prazos, sejam eles da faculdade ou impostos por mim em assuntos variados, a cobrança me enlouquece. Parece ser o único modo de vencer a inércia, explodir. Bem ou mal no final das contas terei me movido para algum lugar, já é alguma coisa.

Utilizei-me repetidas vezes desse recurso e não adiantou, tudo o que consigo é um verdadeiro acúmulo de pólvora inútil que antes me sufoca do que me move. Deixar tudo pra última hora de arte virou doença, esta mais do que na hora de mudar.

Planos não funcionam e ultimamente me falta até a motivação. Começar já não é o único problema, continuar uma tarefa sucita uma tonelada de "por quê?" e "de que adianta?". Faltando-me as respostas eu volto ao nada.

Pra bem falar a verdade só uma coisa tem despertado real preocupação minha, excluo portanto a de fechar o semestre limpo pois, faço mais pelos meus pais. Gosto do meu curso, mas anda perdendo em minhas prioridades.

Navego em um novo mar de sonhos e, atualmente, ir bem na faculdade não passa de um riozinho pequeno. Se tanto preparei meu barco para uma grande aventura chega a ser desperdício priorizar estes caminhos tão singelos.

Quero mais é cruzar o oceano e deitar na areia de um novo continente, este me cansou. Já tenho a guia, basta que eu confie em suas indicações. Um tanto arriscado, mas é por essas e outras que se trata de uma verdadeira aventura. Esta vale o confronto com a inércia.

Olhar os verdadeiros transatânticos que me cercam torna difícil confiar na minha humilde embarcação. Pobre caravela! Já naufragou em fase de teste, será que alguns remendos já me tornam apto a navegar? Não saberei se não tentar.

Sem querer abusar das metáforas, mas já abusando, acho que toda aquela polvora que mencionei anteriormente acabei embarcando comigo. Munição para os canhões, fogos de artifício ou naufrágio explosivo? Será emocionante!