Canta para mim ó pássaro da madrugada
gorgeia aquele canto doce que difere tanto de noite passada
Canta para mim modesta ave encantada
espanta os pesadelos que tentam deixar a noite assombrada
Esqueço-me dos ruídos lá fora
Não preciso sair para brincar
Distante, distante
Alço vôos incontáveis na existência errante
Faz parte sonhar
A paz que vem eu devo ao caos
A paz que vem é o próprio caos
Remodelado, encaixado, formatado e quadrado
Domesticado
Cabe no bolso, mas não quero carregar
Aceito como quem aceita camisa dada pela tia
Saudoso aniversário que enche meu guarda-roupa
Ainda que de bandeja, não era o que se queria
Presente precário, coisa pouca
Antes da consequência quero a própria causa
Antes do presente quero mesmo a festa
mesmo com sujeira pra limpar
Quero o estrago, a coisa completa
Quero sujeira e anarquia, é isso que me falta
continuar a rimar
continuar a amar
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