Música

http://www.blogger.com/add-widget?widget.title=Megadeth Radio&widget.content=%3cscript type%3d%22text%2fjavascript%22 src%3d%22http%3a%2f%2fwidgets.clearspring.com%2fo%2f4adc6e9803694c34%2f4b33ce080a7736c8%2f4adc6e98366e230e%2f41409611%2fwidget.js%22%3e%3c%2fscript%3e

Pages

8 de abril de 2009

Pesadelos Vivos

Não se esqueça dessa frase: em um mundo de sonhos, os pesadelos conversam contigo. Acredite, é importante e até imprecindível pro viajante que se aventura em terras oníricas, para quem decide abdicar da realidade lógica e se abriga no mundo autista que todos temos dentro de nós.

Semana parada em uma vida parada, não é novidade, mas acontece que é madrugada de terça para quarta e já venho do primeiro surto. Segunda-feira começou e terminou em minha cama, 23h em que permaneci deitado, inerte e inexistente para o resto do mundo.

Decidi me desconectar dessa realidade virtual que me enjaula horas e horas a frente do computador, mas para que? Acabei em outra prisão de semelhante alienação: a televisão. Saber de tudo do mundo inteiro é o mesmo que não saber de nada, traiçoeiras essas ferramentas.

Antes de comentar sobre as cicatrizes desse combate sombrio com meus próprios demônios é melhor detalhar o ocorrido..

Quatro horas da madrugada de domingo para segunda, decido deitar e assistir duas séries para então dormir, reprises de Psych e Monk no Universal Channel. Programo meu celular para despertar 11h da manhã, poucas horas pra dormir, mas precisava regular meu sono.

Seis horas da manhã e as duas séries chegam ao final, hora de dormir. Fico rolando de um lado pro outro por cerca de 1h até poder pegar no sono. Tudo isso ao som movimentado da casa que agora acorda como quem troca de turnos comigo. Mãe para o trabalho, meu irmão para a escola.

Acalmadas as coisas posso mergulhar em sonhos fantásticos por pelo menos 4h para então ser atormentado pelo despertador. "Só mais 5min" pensamento natural da maioria, desco do beliche incomodado pela intromissão em meus sonhos e desligo o bendito trambolho.

Volto a sonhar, está tão bom! Torno a acordar várias vezes, mas não abdico deste momento lúdico de meu dia em que posso simplesmente esquecer de todo resto. São tantos os sonhos que esqueço-os rápidamente, tanto faz! Para cada que esqueço dez mais me iluminam a noite.. o dia.. a tarde... e novamente a noite.

Chego até a ir no banheiro e voltar para aquele lugar fantástico, e isso já eram por volta de 16h. Enfim percebo que fui ejetado de vez. O sol já não bate na janela, o manto da noite está de volta. Estou seguro para começar a segunda-feira, são 19h.

Decido não levantar, não pensar, não fazer absolutamente nada até que o sono voltasse. Dia perdido, dia desnecessário, melhor pula-lo de uma vez. É o que faço, série após série, filme após filme, a tv me permite permanecer no quarto.

Fome, sede, tédio, dores do corpo, tudo fica pequeno quando se vê a grandiosidade do ato. Ficarei aqui até que me desligue completamente de tudo aquilo que trouxe a esse ponto. Pensando agora, é um pouco paradoxal, mas eu estava determinado.

O esquecimento veio, consegui alguma iluminação, mas foi deprimente pensar que o que fiz lá não era muito diferente de meus outros dias. Um dia perdido, um dia descartado propositalmente, não tem diferença. A fome se torna insuportável então levanto.

São 3h da manhã de segunda para terça e me dirijo à cozinha. Foram 23h deitados, 24h teria sido mais impressionante, redondinho, mas que seja. Esquento aquilo que encontro no microondas e faço uma refeição de respeito, assisto tv na sala, dessa vez sentado, e então volto para cama.

São 6h da manhã, logo recomeça a rotina da casa, não quero interferir então adio o banho para quando acordar. Despertardor programado e... lá vou eu de novo. Novamente o desligo, só que dessa vez consigo acordar 17:30.

Dias de extrema solidão em que vou me metendo, de silêncio, de medo. Essa depressão que conversa comigo vai tomando conta e eu não posso fazer nada senão ofertar dias assim como o fiz. Estou rendido pelos males que criei, erros e trapalhadas, arrependimento e frustração são inimigos muito fortes.

Viver de lembranças tem seu preço, logo elas ficam desbotadas e só lhe resta o arrependimento daqueles que você não criou. Fácil neste lembrar 'onanístico' esquecer de sonhar, objetivamente falando. Aquele sonhar acordado, de metas tão ilusórias quanto reais. Com o tempo só vai lhe restar o sonho de tornar a sonhar... ou de voltar ao passado.

Na falta destes o que resta é buscar nos sonhos mais puros que visitam nosso sono, que me digam o que eu quero, que me entretenham, que me façam querer continuar vivo. É tudo o que resta, ofertar dias pelas noites iluminadas é um preço justo.

É um círculo vicioso, eu sei, mas é essa situação. Considerando que meu maior temor sempre foi a solidão me resta concluir que em troca de tantos sonhos fui obrigado a aceitar esse pesadelo que minha vida se tornou.

0 comentários: