"Melhor amar e perder do que nunca ter amado" É, vou começar com uma citação, esse dizer incompleto que ronda por aí que, como as demais coisas mundanas, me deixa com certa raiva. Claro que o passo seguinte seria me colocar acima de tudo e de todos e fazer uma análise ponderada e justa (segundo os meus critérios, que obviamente são os mais ponderados e justos).
Creio estar citando errado, menti para vocês, que seja, faço isso o tempo todo! O correto deve ser algo no sentido de viver um amor, não só amar como também ser amado. Talvez o amar, o amar verdadeiro, implique em reciprocidade, talvez não, pois isso traria um certo egoísmo, amar com um objetivo e promessa de retorno. A única certeza é que eu não sei de mais nada.
Sigamos para onde quero chegar, perdão, tentarei não fugir tanto do ponto. A questão a ser tratada é a economia, o princípio de uma escolha ante a outra pela promessa de lucro maior (ou prejuízo menor). Está dada a equação: situação do não amante < situação do amante; na ausência de 'porém's vou supor que isso se aplica a todas as situações.
Seguindo ainda nos dizeres e conselhos desses nossos muy amigos em tempos trevosos de corações partidos ainda há a máxima de que é melhor se arrepender de algo que você fez do que de algo que você não fez. Puxa vida, tolo aquele que não conseguiu pensar em apenas uma situação absolutamente horrível, logo de cara, causada pelo "fazer", o arrependimento do não-fazer por outro lado...
Por que é melhor se arriscar? Por que estar na pior é melhor do que apenas imaginar os riscos e não sacrificar a rainha logo de cara? Por que não mandar a porra de um peão e ficar na boa?! Qualquer enxadrista saberá dizer que a cautela e a previsão dos movimentos que comandam o jogo, não uma mera impulsividade baseada em máximas que vem sei lá de onde.
"É melhor isso, é melhor aquilo" É melhor você calar a boca, melhor amigo! (Por incrível que pareça a situação aqui é absolutamente hipotética, nada que diga respeito a uma experiência pessoal, consigo me enfurecer com qualquer tema).
O melhor é não se magoar, ou pelo menos não se magoar repetidas vezes, ter tempo de se regenerar tendo a dor apenas como referencial para sentir o quão sublime é o conforto e o prazer, e não como forma de vida. Se afundar na angústia nunca "é melhor que..." nunca! Contudo, chega aquela hora em que devo me contradizer ou acabar com o nexo do texto (se já não o fiz).
Não arriscando você tem a certeza do arrependimento, arriscando você tem a possibilidade de não se arrepender, por menor que seja, há uma luz. O sofrimento pode ser maior, mas a possibilidade é melhor que o fracasso certo (isso se você pretende eventualmente "ganhar"), mas seu teu jogo é conservador, perder pouco, aconselho a não fazer nada incerto e perigoso.
O engraçado é ver como tudo isso que eu falei é tão útil quanto seu melhor amigo babaca te fornecendo o ombro amigo, você pode fazer tudo certo segundo sua teoria maluca, se julgar conservador e sensato, mas na hora decisiva você também é um babaca. Comigo por exemplo: não tem jeito, tentei culpar terceiros e até uma moral dos contatos amorosos, no final a culpa é sempre minha.
É tudo uma armadilha, se culpar e cair na auto-piedade ou culpar terceiros e também tornar a auto-piedade: "que injustiçado sou eu!". Já pirei demais com essa situação, confesso que até superei a desilusão e o coração partido, mas como quem sai daquele brinquedo estúpido da xícara que gira, continuo tonto. E pensar que antes de melhorar ainda talvez vomite.
Tenho medo de pensar a que serviria a metáfora de vomitar, medo também de pensar que ninguém leia minhas lamúrias e tenha sido tudo em vão. Gosto de pensar que tudo isso tem um propósito maior, se eu não vou melhorar ao menos que alguém tome minhas palavras e faça algum uso. Também não ligo se isso me reverter alguma fama ou notoriedade.
Coração remendado ou Nobel da literatura, aí vou eu!
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