Música

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19 de agosto de 2009

Encontro com o Óbvio

Qual o som que faz um coração que se parte? Qual o grito que solta uma alma em desespero por conforto e auxílio? É tudo em vão, seria tudo um espetáculo sem platéia? Creio que sim, aos angustiados e cansados resta apenas o silêncio e nada mais.

Não é a toa, como disse o compositor Renato Russo em Há Tempos:

"Disseste que se tua voz
Tivesse força igual
À imensa dor que sentes
Teu grito acordaria
Não só a tua casa
Mas a vizinha inteira"


O mundo já se encontra confuso e desorganizado o suficiente sem a expressão de toda a dor sentida. Aos sofredores de coração mole que tanto penam antes de qualquer êxito é imposta essa censura com mais vigor. Estes que tem a exata ideia de tudo aquilo que foi guardado, de tudo aquilo que a ignorância outra hora acorbetara, são obrigados a respirar fundo e fingir que nada aconteceu.

Ai de nós se externássemos toda a dor (isso mesmo "nós", já me acuso como parte deste grupo seleto). O protocólo exige discrição e prudência, aos que desobedecem e tentam se expressar são atingidos pelo exército de sorrisos e soluções tão compreensivo que promete a felicidade.

Quantas vezes diante do sofrimento é dito que tudo vai passar (às vezes sem qualquer explicação se não a de que o tempo cura)? Querem apagar aquilo de único que o sofredor sensível possui: a capacidade de fazer barulho. Que os murmúrios permaneçam enquanto forem sinceros!

E é nessa situação que me encontro, a tentar soltar mais um grito e fazer a diferença. Que este sofrimento não seja em vão, que o impulso de escrever nessa madrugada solitária não seja alguma enfermidade neurótica obsessiva, que tenha significado! Que eu seja significante!

Ainda no universo das citações apóio Steve Jobs em seu discurso feito em Standford quando ele, homem dos negócios por trás do iPod, revela que a maior invenção de todas é a morte. O sujeito fala isso com intuito de viver cada dia como se fosse o último e, por consequência, ser capaz de realizar grandes feitos e constituir uma vida e obra de grande significado.

Eu deturbo um pouco o sentido da frase, como deturbo e minto sobre todo o resto, para dizer que a morte nos lembra: não somos invensíveis. Nada é mais terrível que o sentimento da eternidade, afinal, tudo que é belo e maravilhoso é tragicamente efêmero. Seja o degustar de uma refeição, um beijo apaixonado ou mesmo o tragar de um cigarro.

Passar por tudo o que passei e ainda assim não ter qualquer crise suicida, psicopata ou qualquer tipo de enfermidade grave, me indica que posso passar por anos assim "sem problemas". A angustia não mata, infelizmente. Maldito sejas ó amor! Dentre tantas chagas trás apenas uma cura: a do medo da morte. Estou pronto agora.

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