Escrever às três da manhã sem ter o que dizer. Pensei em mil metáforas e mentiras para ilustrar o meu discurso e torna-lo digno do tema, mas nenhuma ideia passou pelo meu crivo rigoroso. Tentarei então relaxar um pouco e falar sobre o meu amor e não do amor como um todo.
Com expectativas dimuidas e a certeza de que ninguém poderá apontar o dedo e dizer que isso não é amor, posso prosseguir. A primeira coisa que eu consigo pensar é que amar é a certeza da solidão. Somente isolado você pode dar valor a companhia, são justamente os solitários que mais amam.
Ainda assim, há o que se pensar. No final das contas o sujeito teoricamente estaria na companhia da amada, porque certeza na solidão? Quem dera fosse tão simples, uma vez imerso na tristeza inerente a solidão você nunca mais será o mesmo. Mesmo conquistando a amada a tristeza estara lá, nem que seja no luto pela caçada que enfim acabou.
Tudo é tristeza, melancolia, sofrimento e raiva, principalmente raiva. A revolta de quem ama é a única coisa que supera a sua tristeza. Vontade auto-destrutiva violenta que devora tudo sem perdão: auto-estima, orgulho, tempo... o tempo.
Quem ama pode esquecer de seus relógios, não adiantam de nada. São infinitos "para sempre" seguidos por outros tantos "nunca mais"; são minutos que valem uma vida, são anos acumulados sem sentido. É tudo muito confuso e desnecessário.
É, amar é desnecessário, sobretudo isso. Seria possível viver uma vida inteira sem amor, acho que é isso que chamam de felicidade, ainda assim são poucos que o fazem. Prova da força do sentimento, ninguém ama porque precisa, simplesmente ama!
Estou exausto de pensar e escrever sem chegar a lugar algum, cambaleando entre a tristeza por ser tão parvo e a raiva por quem me deixou assumir esse papel. Nada se resolve, bobeira pensar que seria o amor, bobeira pensar que ainda sou alguma coisa.
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