Hoje me despeço de minha tia que nos deixou ainda ontem...
Toda delicadeza é pouca para se usar o termo correto, parece egoísta pensar que ela é que nos deixa pois sei muito bem preferia estar entre nós; Foi tirada de nós? Tamanha revolta impediria que nos recuperássemos de sua partida; Nós que a abandonamos? Jamais, carregaremos para sempre uma parte dela conosco.
A vida é frágil...
Não tanto a daquela que veio a falecer, sucumbiram em lagrimas aqueles que ficaram. E nada parte mais o coração do que ver as rochas da familia se desfazerem em água, completamente gastas, contando com quem ainda restasse de pé. Pois que houveram esses poucos e bons heróis do luto.
O silêncio diz muito...
Sinto-me obsceno por assistir a tudo isso, expor a dor de meus familiares à meus pensamentos ávidos por novidades. Apropriar-me da dor alheia não me é de direito, não arrisco senti-la. Presto minha homenagem no silêncio de quem não arrisca entender.
Mais um dia...
Passam os carros antigos na rua ao lado. A cidade aniversaria e não tem pudor em comemorar neste dia triste para nós e tantos outros. Tenhamos a paz para reconhecer que para muitos esse será apenas mais um dia, dia este que chove. Bom sinal?
Só tenho a agradecer...
Vela teu sono eterno, uma familia, uma familia como não se via unida a tempos. Não seu egoísta a ponto de desejar este fim mais do que a continuidade de sua vida ou religioso a ponto de ver teu destino como este. Mas aprecia o feito, onde estiver.
Adeus...
Foi uma honra (e continuará sendo) ser teu sobrinho.
1 comentários:
A pior sensação é a de inutilidade provocada por esse tipo de situação.
Meus pêsames.
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