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30 de janeiro de 2010

Doentio

Corroem-me a cabeça, pensamentos de toda espécie e todo mal. A mania, a terrível mania de viver, de querer, de pensar, de ser, de não ter e ter de sofrer. Nem sei o que é que me perturba, mas continuo nesse passo sonâmbulo vagando sem saber o que e a quem toco, pisando em falso e caindo em infinitos precipícios da minha alma.

Já sofri por amor e orgulho; já sofri por não saber e por saber demais; já sofri até mesmo por não ter pelo o que sofrer; já sofri por nada e pelos mais nobres motivos, mas hoje sofro por sofrer. Não é por auto-penitência ou  por um maltratar alheio, é só sofrimento: a minha doença.

Se sofro de algo é de sofrimento e nada mais. Que se aposente qualquer doutor na busca de um diagnóstico, pois sei muito bem o que possuo... já o tratamento, não tenho ideia. Não é psicopatia, não é isso! Ponderei muito bem e sei que estou em minhas capacidades perfeitas. Ocupar meu tempo? Com certeza ajudaria, mas recomendar paliativos, convenha, é reconhecer que não existe tratamento.

Passo o dia cansado e nem sei de que, não sei o que esperar do dia seguinte ou mesmo se devo, acabou a paciência. Há momentos de extrema lucidez em que escrevo linhas e linhas; há vidas inteiras de tédio e escuridão em que desejo apagar tudo o que já fiz e recomeçar do zero.

Recomeçar: é justo esse o tom de minha existência. É tudo que desejo, o perfeccionismo se soma a saudade dos tempos aureos, desejo remendar erros e reviver prazeres; é tudo o que temo, outra tarde, outra noite e outra madrugada, infinitos ciclos do mesmo, a mesma mesmice.

Queria acreditar em alguma coisa, nem que fosse no suicídio, mas tenho um medo terrível da morte. O que é incrível pois se estivesse tão mal o inexistir, já inevitável, se adiantado traria algum alívio... ora, colocando desta forma perdi a fé até em mim mesmo! E isso me dói.

Dói não conseguir propor nada a mim mesmo, dói ter de viver sob talvezes, dúvidas e questões sem resposta. O saber histórico, alvo de minha graduação, acaba adequado a esse estado de desconfiança, mas pouco importa se não for adequado ao pensar, dito que ideias e palavras saem já infectadas e apodrecidas pela doença. Saem sofridas, repetitivas, fúteis e pálidas.

Adoeci, peguei a doença, a de sofrer por sofrimento, o entristecer com a tristeza de viver a vida e seguir dizendo coisas quando não tenho nada a dizer.

Preciso tomar sol.

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