Amar alguém devia ser um fardo tão grande? Li Crime e Castigo e nele o amor redimia, como que o meu amor pode ser tão diferente de um personagem fictício da São Petersburgo do século XIX? Parece ridículo, mas comparações a esse e outros amores me assombram. Amores fictícios ou reais e... impróprios para o exercício.
Ninguém sabe o que é o amor, mas todos tem uma resposta mais ou menos elaborada na ponta de língua. Aqueles que se metem em uma produção artística de alguma espécie exteriorizam esses modelos os quais adoto como verdade científica, seja de um livro renomado... ou de uma série de tv encerrada a mais de 5 anos.
Assistindo Friends ou lendo romances sofisticados, eu me pergunto: "Ora, e isso lá é amor?". Por vezes a razão me faz questionar a ficção, por outras a loucura me faz debater o porquê da realidade não se adaptar às fôrmas de minhas expectativas como massa levada ao forno. Não é assim que funciona, não é assim que se questiona o amor.
Amar é aceitar o inaceitável, é tragar fuligem e chamar de perfume, é sentir um enorme fardo no peito o tempo todo. Pesam-me os pulmões a cada vez que respiro, por isso prefiro dormir o quanto for possível. Em sonhos não noto o enorme esforço despendido entre cada respirada, é automático. Só percebo o cansaço quando acordo...
No despertar, tenho de lidar com a fadiga da noite e a expectativa da que será necessária para se levar mais um dia, não é fácil. Já ouvi uma metáfora sobre asas, que seriam um fardo que você carrega nas costas, mas te ajudam a voar. Se for assim, carrego um par de asas partidas, pois não vou a lugar nenhum. Ainda que a esperança de subir exista...
1 comentários:
É sempre bom encontrar leitura de qualidade nesse mundo frio que é a internet. Parabéns pelos blogs! =)
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