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9 de abril de 2010

Eu Por Eu Mesmo - um tratado psicológico?

Por que?

É comum que se ache no capítulo introdutório de alguns monstros sagrados da literatura uma menção à profundidade que foi vasculhada a alma humana. E, no que a metáfora da "alma" se limita no conhecimento do ser humano, alguns vão mais longe e chamam de "tratado psicológico" à alguns trabalhos.

Então, se eu for grande algum dia, meu trabalho será rotulado de tratado psicológico? A obra de arte, sim, pois que eu adoro generalizar e a literatura é uma das sete formas de arte, tem, como ambição, chegar ao estatuto científico (ainda que no campo da mais "suspeita" delas)? Óbvio que não, o reconhecimento não precisa roçar nestas alçadas.

Mas, aproveitando o encejo, vou fazer a brincadeira de realmente escrever um tratado psicológico. Fá-lo-ei sobre mim, naturalmente, seria muita pretenção fazer um "tratado psicológico sobre a alma humana". Fora que... é sempre bom falar sobre mim mesmo.

Regras do Jogo:

Vou passar por algumas doenças, desordens, sindromes e etc que digam um pouco a respeito de mim. É uma via de mão dupla: falando sobre a doença eu me revelo, falando sobre mim eu faço o tal tratado psicológico. Comecemos...

Síndrome de Münchausen - É o mais óbvio. Declarar que possuo um sem número de problemas, muitos dos quais são exageros do uso da metáfora, para conseguir atenção é mais do que mero exercício intelectual: é sintomático. Como os possuidores dessa sindrome, eu crio sintomas fazendo com que comprem a imagem doente que desejo de mim. Um hora sou o tímido, na outra o palhaço, por vezes medroso e assim vai...

Hipocondria  - Não confundir münchausen com hipocondria onde o sujeito realmente acredita estar doente e se medica. Como quem cai na própria mentira ou, nem isso, já vai direto à ilusão, determino meus elixíres para a angústia, sendo eles: cigarros, bebidas, textos (por que não?) e histórias de amor. Para a ilusão, medico mais ilusão e inércia.

Psicose - O abuso dos chamados "elixíres" e outros comportamentos pouco saudáveis podem te tirar do eixo. As paixões passam de obsessões à psicose em questão de algumas horas, seja na privação de sono ou de comida ( ou seja, uma privação de bom senso). A memória e a visão logo cedem, não capturam e referenciam a realidade, restando confiar em marcações menos precisas como o desejo e o sonho.

Neurose - E repetir comportamentos, mesmo ciente dos erros, não é uma grande neurose? Aliás, existe diagnóstico mais vago do que este? Nós, pós-modernos, somos todos neuróticos (e nem por isso dispensamos tratamento). Dizer que sou neurótico é só fazer a constatação óbvia de que não funciono só em primeira marcha, se você acelera, vai inevitavelmente passar direto pelas breves saídas dos círculos viciosos.

Depressão - Ou, talvez , o problema seja estar sempre devagar, nunca atingir velocidades mais rápidas para sair da via residencial e entrar na coletora, estar sempre restrito à uma meia-dúzia de quarteirões. Sempre o mesmo, sempre aquela indisposição de ousar, até que você se pergunta: "para quê?". E, sem resposta, você simplesmente para.

Mas... Pera Lá!

Isso é muito exagerado, ainda que sincero já que se tratam de metáforas e exercícios. A realidade referenciada ficou um tanto distante, talvez fosse o caso de nos remeter a ela para fechar o texto de forma mais concreta.

É só carência... como dito na sindrome de münchausen. Quero escrevar para dar algum significado ao sofrimento, não o quero ignorado e em silêncio. Se fumo, se me iludo, é para ter companhia em minhas horas mais sombrias. No cigarro, vejo a fidelidade de um cofidente; nas ilusões, vejo quem e o quê quiser, sem restrições.

É só tristeza... todos temos nossas decepções, basta lidar com elas. A carência é justo fruto desta. Julguei que houvera achado algo de significado quando, na verdade, lutei por outro fantasma e brinquei com minha própria sombra. "Tudo nos falta quando estamos em falta com nós mesmos" (Goethe).

São só palavras...

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