Música

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19 de abril de 2010

Um Cigarro Antes e Um Depois...

Na noite de domingo, fui meio fugido para o banheiro, acender um cigarro. Sempre fico nervoso nessas horas, é impressionante! Há coisas nessa vida que não importa o quanto você faça, resta aquele gostinho de primeira vez à cada repetida. Quando o pensamento nubla, há que se curar com mais fumaça, aumentar o nevoeiro. Paradoxal, mas funciona.

Após o ritual de preparação, relembrando um condenado vendado com um cigarro na boca diante da execução, ainda me banho, me lavo em uma esterelização quase cirúrgica. O corpo e a mente devem estar em sintonia, limpos e soltos.

Trajo roupas mais leves e o nervosismo necessário para garantir a dedicação à performance sem comprometê-la. Em minha sala, reorganizo os móveis, e deixo o ambiente à meia-luz. Tudo preparado. Já tomo em minhas mãos o objeto de meu afeto que pacientemente me aguardou. Em breve seremos um só, uma união de mentes. Mediarei minha posição universo através dela...

Ah... Lílian, nos mantivemos quase estranhos até esse hora! Ela teve de esperar até o último momento do fim de semana, não é culpa minha se reajo melhor sob pressão! Se fico à toda somente ao adentrar a madrugada de dia útil! Teve ela de se contentar com isso...

Já passava minhas mãos sob aquele corpo frio repleto de sentimentos cálidos que precipitariam uma ebulição ao menor contato com o meu íntimo. Pois que tem hora que até o mais obtuso dos rapazes torna-se agudo como flecha e atravessa o mais esguio dos alvos. Era a hora! Lá fui começar... mais uma trabalho de faculdade de última hora.

Nada supera (em produtividade/tempo e agonia) as madrugadas de café e leitura, melhor ainda se feitas à véspera do dia fatídico (se é que existe outro modo). Sendo você aquele conclui, ou até começa (como eu) de última hora, deve saber do que falo. As palavras que fogem... as horas que passam.. a distração que teima em perturbar! Tudo conspira contra você.

Não a toa a vitória seja algo tão fantástico e realizador. O destoamento com a realidade ainda contribui para errar as proporções do monumento criado e do esforço despreendido. Nos consideramos cansados, heróicos e dipostos a nunca mais fazer isso de novo (embora o exercício se repita incessantemente, afinal, funciona!).

Degladiando com os deuses do tempo/prazo e do espaço/número de páginas, os rituais não poderiam deixar de estar presentes. Pois que um cigarro antes e um depois não tem nicotina nenhuma, ainda mais para um viciado, para consistir em ajuda relevante, é só pelo ritual. Permita-me me soltar do politicamente correto por um instânte...

Até não respeito se você não fuma e não se entope de café, respeito Sr. Burns, governador do Estado e ex-ministro da saúde (vêm-me na cabeça a foto dele com rifle mirando em minha direção)... respeito! Mesmo porque não quero pagar a infame multa por fumar em lugar fechado ou anexar foto de feto morto à esse artigo como os de caixa de cigarro.

Falo de algo que transcende a experiência concreta, falo de representações. Cada um com seu ritual, com seu cigarro antes e seu depois. Mesmo porque... fiz alusão clara a experiência sexual e não era nada disso, também à você é permitido subverter conceitos delineados. (Se não ficou claro, Lilian é o nome da autora do livro lido).

Falta magia nesse vida, faltam xamãs... falta fumaça. Ou talvez me falte vergonha na cara para começar meus trabalhos mais cedo. Não raro, eu fuja da questão. Enfim...

Abraço!

2 comentários:

Leonardo Xavier disse...

É cada um com os seu rituais, eu confesso que o meu está associado ao café. Eu gosto de sentir o cheiro, ver o vapor saindo da caneca, nas xícaras nunca cabe o bastante, e por fim provar o gosto tudo enquanto meus pensamentos vagam por lugares distantes.

Iara De Dupont disse...

Oi, tudo bem ? Recebi teu comentário no Sindrome de mim mesma e queria te agradecer, foi muita gentileza sua. Entendo teu ponto de vista, mas acredito, até por ser o que eu faço, que os escritores sempre estão em diferentes cordas bambas, nunca em terra firme .E no questionamento que escrevemos . E as vezes nele moramos. Li teu texto e te garanto que vc tem um futuro promissor como escritor,as palavras caminham sozinhas. Bom, era isso, valeu!