Existe um momento em que o silêncio se rompe. Calei os pensamentos nessas páginas, ou ao menos tentei, o que eu considero ausência do meu eu-escritor, à vocês, talvez aparente mera pausa entre um texto e outro. Mas há vezes em que eu realmente desisto de tudo, é como diz um dos lemas dos fumantes: "parar de fumar é fácil, vivo parando!"
O silêncio é frágil, não basta baseá-lo no cansaço e em uma suposta determinação de mudar. É trama de fios desfiados, não importa a estrutura fortificante, a sua essência frágil logo se revela e o conjunto cede. É impossível manter o silêncio de uma alma barulhenta.
Venho a vocês leitores revelar um remédio infalível para a angústia melancólica dos desamores: o ódio. Pensamentos violentos, música agressiva, exercícios físicos à exaustão - a ponto de doer os pulmões. Odeie qualquer coisa, nem que seja a si mesmo! A calma não resolve, acreditem, eu tentei, só o ódio lhes fará bem. Solução provisória, obviamente.
Não desejo que esse estado se perpetue, é impossível se concentrar em qualquer coisa... afinal, ao se concentrar, acaba-se se usando o ódio para fazer algo e não é esse o objetivo. O ódio distrái, você sabe que não está em seu juízo perfeito, se ignora.
Deixem fluir essa melancolia alegre, o pensamento obsessivo na morte, nada mais violento do que a morte! Deixem fluir o ódio, deixem-se curar! Ou não façam nada disso, mas não me critiquem por ter aceitado esse caminho. Faz sentido, não faz?
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