A vida tem um jeito engraçado de nos ensinar as coisas, ou talvez eu que insista em ver o mundo com um senso de humor perverso. Todo ensinamento baixa em mim como corretivo, só vejo erros e falhas sendo constantemente reafirmados por sinais invisíveis.
Observei alguns morangos na bancada de minha cozinha, alertei minha mãe para a possibilidade de que eu os devorasse em algum momento próximo - quem disse que são para você? - foi mais ou menos essa a sua réplica descontraída. Posso fazer essa pergunta para todo esse montante de emoções e pensamentos de que me aproprio sem refletir.
E a conclusão provavelmente seria essa:
- Não são para você.
Não questiono merecimento ou justiça, apenas o pertencimento. Nada se encaixa, e por que deveria? Isso não é meu. Esse amor platônico e romantismo cego não cabem em um cético e essa dor não faz sentido em quem vive a vida anestesiado.
Ninguém disse que seria, não é mesmo? Chega dessa farsa! Escrever também é ridículo, sempre fui espectador e minha alma é unidmencional, que me enterrem em uma pilha de livros entre os grandes! O mundo já se encheu dessa minha voz ingênua e rouca.
E nem preciso dizer que desgosto vai no topo da montanha de desilusões: ela não é para mim. Tentar conquistá-la é tão pesaroso e fútil quanto o drama que faço pela questão, já é passado. Combinemos o seguinte: se esqueça de mim e do que eu disse por dois anos que também eu tentarei esquecer de tudo. Não vale a pena.
Meus pensamentos soltos, minha hora do tédio, não são para você.
1 comentários:
Não seja egoísta, caro escritor em treinamentos. suas horas de tédio pertencem aqueles que compartilham dessas mesmas sensações. Eu, por exemplo, me encaixo em muitas delas...
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