Não sei qual o trauma que me deixa ansioso e angustiado pela ocasião do fim, talvez a inaptidão de lidar com coisas novas que possam surgir, talvez o temor de sair da zona de conforto, talvez... eu não saiba. Sobretudo isso, existem muitos receios que vem sem motivo ou justificativa. E mesmo sabendo disso, muda alguma coisa?
O que prevalece, não importanto os esforços de se destrinchar e resolver os problemas intelectualmente, é o medo do fim. Temer a morte é tão clichê quanto medo do escuro, não é esse o fim a que me refiro, afinal, a morte é só uma ilusão. Não existe uma sensação de morte, ninguém volta para contar, então deixemos isso de lado.
Incomoda é esse receio de que os sentimentos nos quais me apoio possam ser transitórios, de que minha essência seja composta de estados e não exista um ser fixo. Não confio em mim mesmo, questionamentos como esses põe em cheque a validade de meus sentimentos e um romântico que não age com o coração é o maior dos frustrados.
Vasculho meu amor e me pergunto se ele já foi embora, parece que só sobrou a tristeza - não seria apenas uma obsessão? Segundas opiniões me dizem que ainda é amor, eu mesmo também me manifesto, um eu que acredita e luta, esse ainda não desistiu.
As coisas mudam, as coisas acabam, malditas coisas! Não há justificativa para meu sentimento, antes eu tinha um discurso na ponta da língua de como minha vida virou outra depois de conhecê-la. Eu mudei, ela mudou - por que o sentimento haveria de continuar o mesmo? Acho que por ser essa uma das definições de amor, ele percevera.
Olho a frente e me pergunto que benefícios trariam subir esse sentimento para a superfície e traduzi-lo em ações, um sentimento que é em grande parte dúvida e incerteza. Não saber me incomoda, não saber deveria me impulsionar para frente...
Tenho muitas qualidades, dentre as quais talvez não entre a modéstia, admito, mas uma coisa sobretudo me escapa: iniciativa. Meu epírito é apaixonado, mas não ousa! Essa seria uma oportunidade para abandonar os receios e simplesmente agir.
Certo?
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