Música

http://www.blogger.com/add-widget?widget.title=Megadeth Radio&widget.content=%3cscript type%3d%22text%2fjavascript%22 src%3d%22http%3a%2f%2fwidgets.clearspring.com%2fo%2f4adc6e9803694c34%2f4b33ce080a7736c8%2f4adc6e98366e230e%2f41409611%2fwidget.js%22%3e%3c%2fscript%3e

Pages

4 de agosto de 2010

Freud Explica

Ando meio chateado esses dias. O momento é de realização, mas algo vem me barrando emocionalmente e, não obtendo êxito nas prospecções iniciais pela chave clássica "o que há de errado comigo?", resolvo que é hora de arriscar um palpite.

Você que talvez não conheça como funcionam meus pensamentos que fique sabendo que essa é uma tática comum, ainda mais quando escrevo. Eu não aceito incógnitas e respondo mesmo sem saber a resposta, pois, de qualquer forma, não distinguo em autênticidade uma solução descoberta da inventada. Explicado isso, vamos ao pensamento...

Por algum motivo, e aqui fico devendo qual, pesquei uma memória da adolescência. Ah, lembrei! No caso, meus amigos comentava dos hits dos fins dos 90 e início dos anos 2000 que tinham coreografia e tudo mais, se tornando ainda mais pegajosos na memória. Faziam a alegria das festinhas teens das quais lembrei no início do parágrafo.

E é engraçado como a memória funciona, depois de um tempo as lembranças parecem que desbotam e nosso trabalho de restauração passa longe da reprodução fiel. Os grandes acontecimentos, que podem nem ter sido tão grandes assim, recebem uma segunda mão de cores vivas e os menos agradáveis são tatuados a ferro quente.

Já quem não tem memória fotográfica só guarda aquilo que é relevante, eu então que sou tão dramático só guardo traumas e louros de campanhas vitóriosas. A qualidade de escritor ainda dá às memórias uma espécie de narrativa que as alteram ainda mais.

Lembrando das festinhas de aniversário do início da minha adolescência, quando as interações entre meninas e meninos vão sendo redefinidas, foco as garotas e suas coreografias. Tão compenetradas em fazerem os tais passos levam no rosto uma expressão que não diz nada. Meninas vazias que na falta de emoção melhor só demonstram o desprezo.

Viram só? Eu tento puxá-las neutras, mas as imagens vem manchadas de uma mágoa da qual às vezes me esqueço. Pré-adolescentes vão ter mesmo cara de paisagem, esse ódio vem sem motivo, são fundamentalmente crianças ainda. Mas o desprezo era real, isso eu posso dizer, e é daí que vem toda essa mágoa.

Naturalmente não vinham com ele estampado na cara e tão pouco o fariam só por minha causa, por esse raciocínio eu culpo o egocentrismo. Ignoravam-me, alguns garotos acabam deixados de lado pela seleção natural dessa selva que é a vida escolar. Hoje eu já relevo tudo intelectualmente, mas a mágoa fica, é mancha que não sai!

E com tudo isso eu pude enfim inventar uma razão para meu mal estar, motivo de todo esse devaneio: percebi que poucas coisas me afetam mais que o desprezo de uma bela mulher. Deixarei-os curiosos a respeito de qual acontecimento do presente engatilhou isso.

Não sei se culpo a minha adolescência ou vou mais longe na infância e escavo lembranças até encontrar alguma que corrobore essa versão, Freud talvez o fizesse...

Importante lembrar que meu conhecimento sobre o pai da psicanálise não escapa em muito do senso comum, sei uma ou outra coisa a mais que a maioria, mas não vou além disso. O que me vem a cabeça é aquela ideia de que as filhas invejam o pênis do pai, porque lhes falta, e os filhos ambicionam possuir suas mães por completo...

Acho que até os filhos andam invejando o pênis do pai esses dias... e não, não sou daqueles moralistas preocupados com o aumento da homossexualidade assumida e sua ineivitável representação nos meios de comunicação. Mas, sim, ainda posso estar sendo chovinista. O que me preocupa é a indefinição do homem como homem.

Antes era claro: trabalhar, sustentar uma familia e ser firme em seus valores. Hoje, e já há muito tempo, o sustento da familia é uma obrigação compartilhada entre homem e mulher e a volatilidade é indispensável para viver em uma sociedade onde o bom e o mal ainda existem (talvez seja esse o problema), mas trocam constantemente de definição.

Uma amiga blogueira foi ainda mais longe e chamou os novos machos de homens-fada preocupados demais com seus sentimentos, totalmente perdidos de seu papel como homens... afinal, eu diria, ele não existe mais. Pense só nessas fadinhas que nós criamos, vamos, tomemos um segundo:

Jovens praticamente andrógenos e afeminados, a crescente ampliação do papel da amizade para o desenvolvimento da sexualidade. Para agradar, o homem aprende desde cedo a se desfazer de seu pênis. Ok, como chamar esses emos promíscuos de menos machos? Só pelo visual? Não, não é isso. A questão é outra, por favor.

Talvez ajude se você pensar que pênis em inglês pode ser cock, que significa galo. Já ouviu falar de mais de um galo em um galinheiro? Essa coisa de todo mundo pegar todo mundo, mesmo que o sujeito fique com tantas garotas em uma noite, também deixa ele como apenas mais um. Desde cedo, se aprende que não é produtivo se impor.

E eu sei (ok, talvez não saiba, mas tenho um palpite forte) que esses jovens compreensivos que vivem de pegar suas amiguinhas sentem inveja do pênis de seus pais ou mesmo avós: um pênis que não pedia permissão para levantar e ir atrás do que quer, que não se adequa, que abre caminho, que bate na mesa quando é preciso!

Justo dizer que o pênis genuino morreu, mas não sem deixar todo mundo fodido.

Claro que não sou retrógrado ou desejo voltar no tempo, muita barbaridade aconteceu na cultura do pênis. Mas fica a dúvida de como lidar com essas garotas que foram versadas desde cedo no desprezo, pois sabem que também a nós falta aquilo que ambicionam. A solução talvez esteja em lembrar que tudo isso não passa de uma metáfora.

E ainda somos nós que completamos o vazio delas.

0 comentários: