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11 de novembro de 2010

Distorções/Distrações

O mais difícil é ficar calado - veja você que mesmo ocultando-se o contexto essa é uma frase de força evidente, vale começar o texto com ela. Não são raras as vezes em que se diz que alguém "perdeu a oportunidade de ficar calado", o silêncio é uma dádiva, poucos se dão conta - é um direito assegurado por Lei!

Pena que escritor não é muito dado a tranquilidade é logo se mete no discurso. Nietzsche pode até falar de um silêncio em movimento nas palavras, mas tem escrita que é muito barulhenta, incomoda mesmo! A minha é dessas, pode até ser fluida em alguns pontos, mas se preza a vulgaridade do ser, ao que é sujo e torpe... ao que é repetitivo.

O tédio é uma questão. Entedio-me mesmo quando estou ocupado, parece que nada basta e ponho-me para trabalhar em algum pensamento-problema que provavelmente vai me deixar encrencado. Ergo espelhos dentro de minha alma e múltiplico a palavra - copio mesmo, por isso a insistente repetição dos mesmos problemas.

E sou tão tomado de mim mesmo que às vezes me esqueço de que existem outros (algo em torno de 6 ou 7 bilhões, é o que dizem). O que tenho é a percepção de terceiros dentro de tramas elaboradas, interpretações que eu fiz do mundo. Restando encaixar tais personagens rebeldes, que não criei e não me obedecem, aonde for possível

É difícil saber até onde é correspondida a ideia que se tem do outro da realidade... ainda mais para um escritor versado no auto-engano. Fico tentando a converter o vilão em mocinho ou mesmo dar papéis significativos a personalidades inexpressivas e valorizar a rotina dentre outros exercícios de igual distorção.

Só descobri o quanto isso é futil recentemente. Imaginar o outro só multiplica a solidão, é preciso conhecer, é preciso ser algo para alguém, não parecer. A vida é composta de sensações muito ricas para se ficar nas aparências, se preocupar com o que o outro vai achar de você pouco importa, mais interessa que exista um contato.

A presença de um nós substituindo um eu e você parece uma coisinha boba, mera troca de pronome, mas tem um significado enorme. Talvez eu seja pequeno demais para aturar a amargura dos grandes poetas que viviam dessa angústia que é a solidão, talvez eu seja... humano, vai saber. O ponto é que cansei de olhar para dentro.

Quero olhar para você, quero olhar para nós. Consegue imaginar aonde nós estaremos no futuro? Há dias em que não penso em outra coisa...

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