O que sou nos intervalos entre um demorado adeus e um aguardado olá? Do boa noite ao bom dia, onde existo? Confinado em mim mesmo, resta-me perder-me em meus próprios abismos, na dúvida, na solidão... em vão praguejo, grito que é insuportável ao interlocutor oculto na esperança de que os céus (ou coisa que o valha) me concedam um refúgio.
Insisto à despeito da verdade, a inconsolável verdade de que em matéria do intangível, dos assuntos do coração, intangíveis também são os limites para o que é possível suportar - extendem-se para além do horizonte à depender da intensidade de nosso espírito. E vou mais além! Os poetas que me perdoem, mas deixar-se pertencer à alguém na força de um amor tingido na paixão não só é suportável como também opcional.
Optei por tal destino, por mais que coagido pelo amor ou chantageado por meus sonhos na perspectiva assustadora de uma vida vazia, a pequena parcela que ainda decide meu destino faz dessa história continuamente a escolha certa de meus descaminhos.
Persisto, sou teimoso! Apesar de, ou até por tudo, escolho amá-la todos os dias, deixo o sentimento tomar conta tanto nessa escrita perdida como em diversos outros momentos. E mesmo lembrando daquelas tristes horas em que tudo o mais se torna confuso e a existência de névoa ameaça se dissolver em seus mistérios, sei, mesmos nestas, ainda poderei me proteger na certeza dessa escolha. Não sou dúvida quando te amo.
Mesmo na mais angustiosa saudade, você é o meu maior tesouro.
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