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17 de setembro de 2011

"O Corpo Fala"

É engraçado, muito de minhas ideias começam pelas maiores bobagens. Dessa vez, não foi diferente: tudo por uma balança. Minha mãe comprou uma e lógico que eu iria tentar, ecos da infância: adorava ir na farmácia e me pesar quando pequeno... Sou um cara magro, até um pouco demais segundo o IMC, e qual não foi a minha surpresa ao ver que emagreci um quilograma no ano? A verdade é que, desde os 18, venho emagrecendo um por ano. Tenho 21, então... três quilos. Nada demais, um pouco estranho talvez, mas me intrigou.

Lembrei-me então do livrinho que dizia que poderíamos ser lidos pelos nossos gestos. Palavras são muito complicadas e não existem sinônimos perfeitos em nossa língua, modelos explicativos e metáforas podem adulterar o diálogo, mas se nosso corpo fala... aí não há mentira ou engano. O problema é que sou um romântico (entenda cabeça dura, teimoso, etc.) e é difícil aceitar que nossa alma se insinue sem querer, que haja deslize, que se atrapalhe.

Prefiro tê-la como dama discreta.

Mas chegou a hora de admitir que eu sou de carne e osso e que, depois de perceber o quanto o diálogo falado se diferencia da escrita (experiência que tenho feito por aí no mundo real proferindo ideias que antes não saiam do papel), devo tomar ciência de que sou mais que mero instrumento vocálico/diastólico/fálico: sou um ser humano completo.

Meu corpo talvez esteja a querer me dizer algo - comprei a ideia de uma amiga escritora que tinha o problema oposto, via em seu peso a bagagem emocional, mas se trilho o outro caminho, estaria me esvaziando? Eu me devoro com certos pensamentos, sei disso e não é segredo, mas não suspeitava que fosse tão sério. Sinto dor, desânimo e não sei se é cansaço ou falta de cuidado; Sinto-me doente e não sei o quanto é apenas tristeza.

Não está certo.

Os dias passam e o medo se torna cada vez mais sombrio, cada vez menos medo e muito mais um algo de concreto, de inevitável: de pânico. No Tédio, apelidei essa turbulência que vez ou outra aparecia nas madrugadas de sensação de morte, mas agora o Tédio se foi. Isso é sério, é a própria morte. Tenho 21 e já penso em legado, em epitáfios, em despedidas, tem dias que só penso nisso. Meus projetos, quando tem finalidade, sempre tem um tom místico, gozador, infantil. Sonhar ficou mais fácil pela sensação de que não vou chegar lá.

Não existe responsabilidade. Se o corpo fala, o meu diz que estou morrendo - grande novidade, todos estamos! Nunca pensei que haveria parte minha mais trágica de que minha alma, ou mesmo que fosse eu melancólico apenas em meu coração, mas sou todo dor e sofrimento, angústia, decadência e podridão. Sou todo.. eu mesmo.

E não há escapatória.

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