Nunca fui mais do que um formato, exercícios de um idioma vulgar, eco de um ruído qualquer, reverberações de almas maiores do que a minha, de ambições verdadeiras e virilidade para fazê-las cumprir. E ainda por cima fui julgar-me proprietário da falta de sentido que existia na minha vida! Como se coubesse a mim o meu próprio destino através de ritos mais produtivos.. de uma neurose confortável e positiva em uma solidão erudita. Mas eis que: Se pensa que é dono de si mesmo, espere até sentir fome!
O desespero da vontade, da urgência, abala qualquer amor. Quando me dizem que posso ser tudo, dizer tudo, sentir sem remorso, sei que, para além da liberdade, é a sensação de um vazio absoluto que reina, pois tudo o que eu faço ou vier a fazer não terá/será causa nenhuma. Sou limitado ao agora, irrelevante e feio. O próprio Tédio. Ainda assim, a maior tragédia da vida é não haver nenhum McDonalds aberto a essa hora.
Pelo menos não faltam cigarros, pelo menos não faltam amigos (ambos consumíveis, ambos apagados); e a vida é um coito interrompido para não engravidar aos deuses com todo esse tédio! Nunca senti tanto ódio, nunca senti tanto nada que me doesse tanto, a nuca, os olhos, os ouvidos... o coração. Meu grande sonho é que esse calafrio no peito, mais que angústia, seja um infarto! Morrer e me cagar em plena av. Paulista sentindo saudade com sentimentos que federiam de tão clichês e comuns.. mais do que a bosta de meus intestinos esvaziados.
Ainda ouso sentir Amor, ainda ouso esperar Amor! Amo vocês, suas ingratas, desgraçadas e mal resolvidas! Ao menos, eu sei muito bem do que sinto (ainda assim, tão confuso...) ao menos... sou! Pra cima de toda essa forma, sei que posso ser a frustração, pois tenho tantos desejos! Minha incoerência é excesso do sentir , de tempo... de tédio; minha incoerência são meus mais profundos sentimentos.
E valem menos do que um quarteirão com queijo, batata frita e coca-cola média.
Porra, capitalismo! Tô querendo ser poeta aqui!
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