Música

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22 de abril de 2012

Colateral

Existe um medo terrível que sinto às vezes que me toma como o frio e me dá calafrios me deixando sem reação diante da vida. Medo de ficar só, de me fechar completamente dentro de um punhado de regras e possibilidades... medo advindo de uma sensação de insegurança absolutamente plausível; está tudo no (mesmo) lugar. Há realmente uma prisão de sentimentos, de conformismo, de dores repetidas: a neurose. E, bancando o hipocondríaco, trajo esta enfermidade como se fosse roupa escolhida ao sabor de um (mal) humor qualquer.

Na minha definição favorita desse mal genérico tão adequado a esse meu ser de névoa que é mais a complicação do que o complicado, ideias sem corpo que se perdem no ar, o ser neurótico é aquele que repete o mesmo padrão de comportamentos esperando resultados diferentes. E, realmente, vivo a contemplar a mesma galeria de Tédio e solidão esperando a novidade como se ela fosse brotar no asfalto da rotina... mas nunca é assim. Sei que todas as mudanças significativas desse meu quadro sintomático vieram à partir da tomada de atitudes dramáticas... ou melhor, atitudes que por fim se desfazem da sua linguagem dramática e, fora de cena nos bastidores de meus delírios, simplesmente se realizam.

Vou parar de viver desse passado não passado, do arrependimento que suscita o mundo de coisas que existiria se eu não tivesse feito o que fiz ou feito aquilo que não fiz... parece que existe mais em mim atributos e expectativas em cima de um eu hipotético/final que em muito se difere daquele que de fato me tornei. Nesse sentido, é até louvável que eu ainda me reconheça no espelho, tamanha a ilusão e os meus enganos. E qualquer trapaça é mera fuga, qualquer atalho é despedida; fugir só dificulta ainda mais o processo de cura, pois cedo ou tarde temos de nos repatriar a nós mesmos. Eventualmente, hei de aceitar esse ser de névoa e condensar meus sentimentos em ações mais agudas, que toquem a pele dos outros e se façam sentir como são claros a mim.

Sentimentos que não são caros a ela que não pode ser culpada de nada, pois julgá-la pelo seu desapego seria armar expectativas em cima de outra versão dela: um pouco mais disso... um pouco menos disso... e eis o ideal de perfeição. Fazer isso seria ampliar as distorções do espelho da alma que me fazem delirar tantas madrugas, dar a ela um eu tão falso quanto o que me habita e me frustra acerca de tudo o que não sou. E eu a amo, tal qual ela é, tal como se sente a respeito do mundo e de mim. E enquanto sonhar essa noite, vou me agarrar ao pensamento de que se não me aceitou aos pedaços naquela triste hora é porque sabia que ainda posso ser inteiro. Algo que torço (e me esforço) para que seja logo.

É tudo tão igual... mas algo definitivamente mudou.

1 comentários:

M.M. disse...

essa angústia... culpa da liberdade