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17 de fevereiro de 2016

Regresso

O bom filho à casa torna.. para perceber que talvez nunca tenha realmente ido embora. É como naqueles filmes, previsíveis e mal feitos, em que o protagonista ensaia a fuga do cativeiro para então se descobrir sonhando, ainda preso e angustiado, mantendo assim o espectador atento, aproveitando-se, o roteirista, do medo que nós temos de um eterno retorno, na criação de uma tensão dramática barata para um enredo sem graça - no fundo, ainda somos os mesmos.

Assim, justamente, eu definiria o meu regresso não-regresso, um subterfúgio pra valorizar uma história que já não tem mais sentido. Eu voltei aqui para escrever sobre a escrita que não existiria, em primeiro lugar, se não tivesse me atrevido a começar a escrever; eu voltei para lamuriar sobre a solidão que eu me inflijo pra conseguir dar conta de mais um parágrafo e desabafar sobre coisas ainda ocultas no torpor do tédio.

[PAUSA]

Respiro. Intranquilo e sincero, respiro, por não conseguir tecer uma mentira convincente sobre mim mesmo como dantes, não restando nada além para se fazer. O que sou e o que eu era, não merecem uma linha, tamanha a mediocridade de minha essência. Um romântico incurável, depressivo crônico, neurótico intragável, leitor-escritor em treinamento... todas alcunhas ultrapassadas, hoje não há muita coisa que se sustente, nada além do sentimento de névoa que adensa, sufoca e oculta, para depois desaparecer no ar.

Hoje é quarta, amanhã é quinta, e eu só queria passar um dia, semana ou ano preguiçoso [o quanto realmente não importa] e acreditar sinceramente que isso vai me curar, que é possível ser pragmático com o sentimento de derrota, com o luto por expectativas frágeis que morrem na primeira tentativa, delimitando, à angustia, o seu espaço devido. Mas eu sinto que, mais uma vez, vai tomar conta.

E cada vez mais me pergunto: afinal, qual seria o problema?
(de simplesmente sumir)

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