Lamentos repetidos

A pouco tempo senti algo diferente, uma sensação inebriante que tomou conta de mim e levou-me a viajar para um mundo totalmente novo. Tinha o intinerário, o mapa, a disponibilidade, a vontade e mais importante: a coragem. Estava de malas prontas para a terra dos sonhos.

Por mais fantasiosas que possam parecer minhas palavras, não me refiro a sair da realidade e não estava sobre o efeito de narcóticos. Os sonhos que construi eram bem reais e palpáveis e por isso dolorosos. Não alcansava algo que estava bem a minha frente, mas isso iria mudar.

Eis que o destino, velho conhecido meu, volta a pregar peças. "Nada vem aos que não se esforçam", foi a grande lição que me era dada. Acreditei tanto em minha sorte que deixei o mundo dos sonhos desmoronar na minha frente.

Estiquei a minha mão sem sair do lugar e naturalmente não pude chegar até meu objetivo, não pude salvar nada. Por mais compridos que sejam nossos braços, nossa vontade, nunca será o bastante. É preciso uma ação do todo, cada músculo deve estar empenhado na tarefa.

Metáforas envolvendo destruição e reconstrução não são novidade para este blog. Porém, este caso apresenta uma peculiaridade, uma diferença. Uma força me impelia a reiniciar o projeto, mesmo sabendo de seu desastre. No fundo acreditava em uma reviravolta surpreendente, o que agora não acontece.

A reviravolta aconteceu de fato, mas revertendo ao oposto. O ciclo destrutivo que antes envolvia a construção de mundos inteiros de esperanças e sonhos agora trata do empilhamento de escombros derrubados pelo vento.

No entando não me sinto mais fraco, só me sinto menor. Uma parte de mim esta morrendo, a parte doente que anseia por cuidado. A ausência deste fardo talvez me deixe mais leve para a grande jornada, mas também tira todo o sentido da caminhada.