Mais uma mentira

Não sei se vocês já viram um comercial comentando sobre paixão e amor verdadeiro. É a nova moda desde aquele maldito comercial da mastercard lançado no ano novo, se não me engano. Cheios de frases feitas de infinita sabedoria geram anomalias como "filtro solar" na voz do pseudo-intelectual Pedro Bial.

Independente disto não da para preencher 30 segundos com auto-ajuda sem nenhum elemento que chamasse ao menos um pouco de atenção. Um dado estatístico, uma verdade óbvia, algo tem de haver se não, não funciona.

Assistindo tv, não lembro quando, me deparo com um comercial que contrapõe amor e paixão. Falava de como não nos apaixonamos por pessoas e sim por projeções temporárias e, somente quando estas se vão, podemos ver a pessoa como realmente é. Ai surge o amor.

Olhei aquilo com certo desprezo, era o óbvio em palavras bonitas com imagens toscas e música mole, mas pensando agora, aquilo faz um sentido enorme para mim. Sem querer valorizar o comercial, ainda é uma merda, só estou dizendo que o óbvio faz sentido, naturalmente.

Não vou mentir, esse blog esta fundado nas angustias de um amor platônico. Enchi de mensagens ocultas, passei o link a ela repetidas vezes e nada. O desprezo dela acabou comigo e eu nem percebia, continuava a escalar as paredes do abismo de indiferença em que ela me colocara.

Dei minhas palavras, o bem mais precioso que possuo, dei meu coração. Externei meus sonhos, fraquezas, me despi das mentiras e não foi o bastante. E tudo por 'ela' que tanto idealizei, mas era só mais uma como qualquer outra, mais uma projeção.

Fútil, limitada, superficial e frágil física, emocional e intelectualmente, enfim, comum. Era este ser débil e patético que persegui por tanto tempo? Não me conformo. Por fim me restaria praguejar mil males a garota e nomea-la, mas não o farei.

Não sou apenas um mal amado lançando uma vingança pueril, nem preciso. A vida tratará de ensinar a ela duras lições (como já o faz) nas quais ela perceberá sua mediocridade. Aindo sinto vontade de protege-la as vezes, o velho vício de ama-la. Conterei-me.

E fica decretado mais um dos mil fins definitivos, esquecerei-a desta vez, a projeção se foi. Se ainda ficar preso a este contrato ingrato mereço tudo aquilo que sinto agora. Mas ao que tudo indica, a verdade tratará de me libertar de mais essa mentira.