Retomemos a nossa história, da última vez que nos vimos o nosso herói se encontrava na fila da lotérica...
Empunhando o bilhete em euforia junto do precioso dinheirinho de minha conta ultrapassando o draconiano limite de 8R$ eu aguardo mais um rebanho de apostadores. O doce sonho americando, sair do nada e virar milhonário, acho que não posso culpa-los.
Após uns 10 minutos na fila a caixa, que fala relativamente alto, conversa com a mulher que também ia carregar o bilhete: "O sitema caiu, volta aqui depois de uns 5~10~30 minutos, é muito bilhete ao mesmo tempo, as vezes acontece"
Pensamento do momento: "CARALH... Caaalma, caaaalma, tem mais algumas pessoas na minha frente, até lá essa porcaria volta".
Felizmente o meu otimismo forçado se mostrou verdadeiro, no final das contas uma atitude positiva muda as coisas. Converso com a caixa escandalosa, entrego o dinheiro, o bilhete e ela o passa na maquina, várias vezes. "Não leu o chip, menino".
Pensamento do momento: *palavrões em ordem desconexa*
É, não era o meu dia, mas eu tinha que ir para a faculdade mesmo tendo que pagar o dobro agora sem o bilhete de estudante. Vou até o ponto, o ônibus chega rapidamente (também pudera, naquele ponto são 3 os que me servem) e pago o cobrador.
Uma breve olhada no relógio do aparelho que leria o meu bilhete, se estivesse carregado, me alerta: a minha aula estava começando naquele momento. Sem relógio não percebi, mas iria me atrasar pelo menos meia hora em razão de meus passeios.
Sentado confortavelmente nos bancos altos deixo a brisa aliviar 10% do meu calor arregaçando as mangas que insistentemente caem, já é alguma coisa. Vou pensando nos últimos acontecimentos me preparando para ficar o dia na faculdade, hora de me recompor.
Conforme o previsto chego na magnânima USP, atrasado 30 minutos, admirando obras possivelmente fraudulentas, que orgulho de ser paulista! Adentro o prédio de Educação para minha aula de licenciatura.
Chegando na sala qu surpresa a minha, a aula esta dividida em grupos sabe-se lá discutindo o que. Descubro então que era uma aula de quatro textos, você escolhia um em casa e na aula discutia com seus iguais. Eu malandramente, entenda estupidamente, não li nenhum.
Sentei em um grupo qualquer e boiei a discussão inteira, anotei os encerramentos dos grupos, a explicação da professora me sentindo um criminoso furtando o conhecimento alheio sem em nada contribuir. Ao fim da aula meus olhos são atraídos pela janela.
Ao anoitecer o sol escaldante do dia é substituido por véu negro e chamuscante. O tempo fechou e ao som de trovões e ventos fortes a professora encerra a aula. Quanto a chuva, sem grandes problemas, estava com guarda-chuva. Mas não parecia um bom sinal.
Saio do prédio de Educação e caminho até o ponto para esperar o circular gratuito que me levaria ao prédio de História. Um leve garoa me acompanhou até o ponto, nada demais, e o circular chegou rapidamente. Converso com um coléga no trajeto tentando me distrair dos problemas.
Não sou um indivíduo muito social, mas uma boa conversa as vezes apazigua os ânimos. Já no prédio de História vou para a sala de estudos para ler o texto da aula da noite, uma breve passada me basta, hora de encontrar meus colegas de classe.
Com a esperança de transformar tudo aquilo que passei em mais um assunto para conversa, subo a rampa central e vou em direção a sala. Ouço som de trovões e algumas goteiras se formando, o prédio era velho, mas nada que eu já não tivesse visto.
"Desde que não entrassem nas salas, algumas goteirinhas não fariam mal". Foi só pensar isso que avisto uma sala transmutada em um verdadeiro lago (com cachoeira e tudo), felizmente não é a minha que adentrava alguns minutos depois.
O pré-aula,divertido e relaxante, foi breve e mal vi meus amigos. Não pude então me "desfazer" daquele dia, ficaria algum tempo mais na minha cabeça. Com aquilo remoendo em minha cabeça absorvo alguns trechos da aula apenas até que um evento chama minha atenção.
[Continua...]
1 comentários:
Mau posso esperar a terceira parte^^
Muito bom!
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