No meu modo de viver extremamente contemplativo e de pouca ação, acabo por observar toda a sorte de comportamentos e seus conseqüentes acontecimentos. Na qualidade de ouvinte também tenho acesso a perspectivas allheias sucitando a reflexão.
Neste exercício tento em vão desvendar os muitos segredos que, se revelados, tornariam a minha atuação ante a vida mais fácil dando-me a segurança de firmar uma postura mais ativa. Este é o grande sonho, deixar de ser mero reagente para ter a verdadeira iniciativa.
É claro não é tão simples, nunca o é. Ao invés de fazer anotações do que vejo me distraio com detalhes pequenos que me deixam simplesmente indignado. Um deles em particular chama mais minha atenção e, se você tiver bom senso, chamará a sua.
Novamente vou arriscar palpitar sobre a mentalidade feminina e até critica-la, podem então surgir alguns equívocos, mas são todas impressões sinceras ainda que de um ponto de vista parcial. Vamos a reflexão da vez..
Vou escrever sobre a amizade entre garotos e garotas e suas implicações. Partindo do pressuposto que as duas partes são heterossexuais há uma nova dimensão da relação além da amizade ou paralela a amizade, ou inferior. Essa é a questão, categorizar este fenômeno.
Por mais sinceras que sejam as intenções de se associar a alguém do sexo oposto por amizade, e tão somente isso, em algum momento haverá um questionamento. O que normalmente acontece é a relutância em mudar a relação.
Medo de perder a amizade ou falta de interesse de uma das partes acaba anulando essa possibilidade antes mesmo de qualquer tentativa. Romantiza-se sobre aquela faísca que provoca o arrepio, do estranho charmoso que te arrebata com um olhar. O amigo não é nada disso.
Pequeno parentesis
(Já deu para perceber que falo apenas por mim, e portanto, o raciocínio transcorre numa perspectiva masculina de quem tentou modificar uma amizade e acabou com seu pedido negado.)
O amigo é a segurança em pessoa sem grandes agitações. Ele pode ser interessante, inteligente e até atraente, mas se faltar o algo mais simplesmente não vale a pena arriscar. Ele é posto de lado e segue-se em frente.
Mais adiante aquele estranho desconhecido do olhar arrebatador aparece dizendo as coisas certas na hora certa. É simplesmente perfeito, tudo o que a garota havia imaginado e muito mais. Tem de ser 'ele'!
Ela espalha aos quatro cantos o quanto esta apaixonada pelo seu príncipe. Descreve então ao seu amigo como passa horas admirando a sua pintinha abaixo do olho esquerdo, o seu sorriso reluzente e seu olhar penetrante e misterioso.
O amigo já esta praticamente desencanado, ouve tudo atentamente não entendendo o porquê de tanta adoração. Ele sinceramente não enxerga nada daquilo no sujeito, aos seus olhos é apenas mais um qualquer. Sabendo que sua amiga tem mais que chance com o estranho, ele a encoraja.
Acaba acontecendo. Após alguns beijos trocados e semanas marcando de se encontrar, firma-se o compromisso. A garota pode enfim se orgulhar de seu namorado e de como ele é perfeito e de toda aquela baboseira que todo mundo conhece.
Alguns meses depois começam as reclamações acerca do parceiro. "Ele não me da atenção", "Ele é um péssimo ouvinte", "Ele não me conhece", "BlaBla... BlaBlaBla". Ironicamente o bom amigo a ouve atentamente.
Não basta muito para que ela veja que o a pintinha linda abaixo do olho esquerdo era um verruga perturbadora, que por traz do brilhante sorriso haviam dentes amarelos resultante do cigarro que o deixava tão rebelde e que seu olhar misterioso era explicado por um grau realtivamente acentuado de vesguice.
É a gota d'agua, o relacionamento termina com uma discussão feia onde o mau caráter revela que a traiu e que tinha coisa melhor no mercado. A garota chora lamentando o seu azar, puxa vida não existem homens decentes nesse mundo.
Outro parentesis
(A história é fictícia, estou apenas ilustrando meus pensamentos com uma situação perfeitamente provável)
Quem sentiu pena da garota que feche essa janela, por favor. Ela atirou totalmente no escuro só porque os malditos ferormônios a induziram e depois ainda se lamenta. Se ela quizesse se divertir apenas eu entenderia, mas firmar um compromisso sério com esse critério?!
Lembrando novamente que o amigo, alternativa mais segura, foi descartado pela mesma amizade que ela procurava na relação com o estranho. Um comportamento completamente idiota, mas até que compreensível em certos aspectos.
Entendo que ao invés de construir as bases de um amor perfeito no terreno alicerçado de uma amizade ela prefeira encarar um morro cheio de favelas que necessite de desapropriações e brigas jurídicas. Entendo mesmo, um desafio maior é sempre mais emocionante.
O que eu não entendo é o reclamar depois, se achar injustiçada e o escambau a quatro. Se os recursos estão ai e ela prefere apostar na loteria tudo bem, mas não encha o saco depois reclamando. Afinal, o caminho natural de amor é passar pela amizade, não é?
1 comentários:
Nossa, que revolta!
Sabe, o grande problema é perder o amigo depois =(
Postar um comentário