Ódio ou indiferença?

Estamos chegando ao fim do ano e a ocasião é propícia para uma reflexão do que deu ou não deu certo e para o estabelecimento de metas para o ano vindouro. O saldo geral eu deixo para uma próxima ocasião, afinal o ano não acabou. Pensamento positivo!

Por hora só quero adiantar uma coisa ou outra que me perturba e acho que não consiguirei guardar para o fim do ano, preciso desabafar. Buscando conforto em batatas fritas geladas, em uma latinha de cerveja e escrevendo para leitores anônimos, é assim que eu me encontro.

Também preciso mencionar o calor insuportável que me obriga a meter um ventilador na minha cara que provavelmente me entopirá o nariz mais tarde. Suando como um porco é hora de alcansar algum alívio, se não deste calor ao menos de questões mais inquietantes.

No final das contas o problema orbita sempre a mesma área: o coração. Este miserável insite em palpitar para essas meretrizes me tirando do eixo quando tudo está certo, eu posso ser meio masoquista, mas tudo tem um limite.

Desde quando sofrer é regra primária de amar?! Eu não aguento mais a posição de observador, eu quero jogar nem que as chances etejam contra mim, nem que for para perder. Oras! A quem estou enganando? Não entro em campo por menos de uma goleada.

Não há nada de errado comigo, é este universo que insiste em lutar contra mim, são estas paredes que me encaram, me julgam, clamam por conclusão, é essa vida que anda muito difícil! É tudo, é nada, é ela... sou eu.

Não posso mudar o mundo, mas posso mudar e talvez alguma coisa aconteça. Tem de acontecer! Meus ânimos estão exaltados, estou sofrendo, estou pedindo ajuda e ninguém quer parar para ouvir ou.. simplesmente se cansou. Eu cansei de mim mesmo. Muleque chato, cresça!!

Toda essa carga esperando para sair em palavras bonitinhas com conclusão feita, isso não é pra mim, rumo aos textos sinceros que refletem minha alma! Bagunçados e inconclusos, esse é o futuro. Um abraço também para as normas de sintaxe gramatical, danem-se.

É esse o momento que todos esperávamos, (entenda 'todos' como 'eu', o que realmente importa) uma revolução está prestes a acontecer, vai mudar.. vai mudar.. vai mudar, nem que seja para o mal. A casca finalmente rompeu, é preciso às vezes dar um passo para trás para então dar dois para frente. 

Acho que acabei escolhendo. Ao iniciar este texto estava em dúvida entre ódio ou indiferença para me guiar, está claro agora. Vou olhar para tudo aquilo que me causou tristeza com asco e rancor, vou lembrar cada detalhe. Essa é a minha força!

Não existe nada além da vitória pela frente, eu sou um vencedor e não deixarei que retirarem este meu único valor. A muito tempo um jovem escritor em treinamento decidiu que faria de sua vida, do sentido da mesma, um acúmulo de conquistas.

O que estava a seu alcanse eram seus video games, fez então uma lista daqueles jogos que havia finalizado. Fez listas de confrontos em competições de áreas diversas, placares nos quais dava o seu máximo para estar em vantagem.

O costume foi abandonado, adormecido em meio a outros passatempos, mas o espírito de competição sempre esteve lá. O que me faltava era isso afinal, dormia dentro de mim quase que uma outra personalidade, um outro Luis.

Vou pedir logo o divórcio desta grande esposa que tem sido a preguiça e partir para uma jornada mais emocionante. Esse regurgitar das mesmas palavras dia após dia já cansou, o novo me espera ou até mesmo a conquista do velho.

Não estou dizendo que vou dominar o mundo, não se preocupem que meu ego não subiu às alturas. Se bem que.. esse mundo já é meu a muito tempo.