Em um quarto pequeno ao som da televisão ligada em um programa aleatório e também aterrorizado pelos ruídos que atravessam as paredes finas a cargo da música nojenta de meu irmão eu tento alcansar alguma paz, está difícil.
Até mesmo o ato, outrora tão familiar, de escrever se torna extremamente desgastante. É dolorido e impreciso este exercício que me livra da tortura de lidar com o desconhecido, não tem me ajudado muito ultimamente.
As idéias vem e vão sem que as possa usar, vejo-as desvanecer tão jovens e não posso fazer nada ao não ser oferecer, aos leitores, idéias morimbundas esperando que de alguma forma isto agrade a alguém, por que a mim só causa o mais puro asco.
As janelas que me permitem salvar estas pobres vidas estão cada vez mais estreitas, estou me sufocando. Talvez o turbilhão de idéias nunca tenha parado, só tenha sido contido. Esta constante gênese me rendeu um abarrotado porão de cadáveres.
Estou doente de tanto pensar e não sair do lugar, as frustrações trataram de cerrar esta janela e iniciar o evento derradeiro no ciclo vicioso de auto-destruição. É, deve ser isso, faz sentido. As palavras são precisas e aparentemente apresentame resolvem o problema, mas será que é isso?
Assim volto a questão incial do texto, enfrento problemas que a muito estão resolvidos. Afinal entre problema e solução que elemento que falta? Estou mentindo ou faltando com algum detalhe? Por que textos conclusivos não resultando em bem... conclusões?!
Se faltei com sinceridade digo desde já que nunca foi minha intenção, antes de mais nada estes textos são para mim mesmo. Mentir assim leva a lugar nenhum. E sim, neuróticos querem sair do lugar ás vezes (mesmo que seja para voltar ao lugar de origem depois).
Acho que o mais justo neste caso seria então terminar o texto com uma pergunta, sem direção ou conclusão, ainda que os mesmos estejam esboçados. O que fazer?
1 comentários:
respirar fundo e continuar, luis. Nada mais há pra fazer.
Postar um comentário