Dia Infernal - prólogo

Pois é, já estamos em fevereiro, época de volta às aulas. Na verdade ainda me encontro de férias, mas fui obrigado pro algumas circunstâncias a experimentar antecipadamente o retorno a angustiante vida acadêmica. Vamos ao ocorrido..

Estou na faculdade de história pronto para ingressar no segundo ano, ou terceiro semestre se preferir, mas guardei certas pendências do semestre anterior. Um comportamente errático acompanhado pela tradicional preguiça me fizeram ter um desempenho desastroso.

Inevitavelmente acabei em recuperação e em outra matéria até reprovação direta, vergonhoso sem dúvida. Ainda assim meus gloriosos feitos não acabam por aí. O trabalho de recuperação, que me foi dado no meio de dezembro, tinha prazo para fevereiro apenas.. advinha quando fui faze-lo?

Sim, deixei para última hora. Sendo mais preciso deixei para os últimos três dias um trabalho que consumiria fácil uma semana. Levei as consequências da procrastinação para um nível nunca antes visto na realização de um trabalho que foi absurdo desde o seu começo.

Segunda-feira, 7h, varei a noite pensando em começar o dito trabalho. Acordara às 19h30m no domingo e fiquei enrolando até então em frente ao computador. Por fim admito que está mais do que na hora e começo a ler o livro do qual deveria ser feito o trabalho.

Capítulo a capítulo intercalo leitura e digitação com olhos viciados que insistiam em voltar-se para o relógio. Incontáveis vezes me vi fazendo cálculos para estabelecer uma média de páginas por hora, construindo metas e verificando se o tempo seria suficiente. Tinha até quarta.

Virado da noite o cansaço era evidente, fazia pausas com o objetivo de distrair-me do sono e evitar de enlouquecer em uma atividade extremamente introspectiva. Mesmo tão em cima do prazo tinha a impressão de possuir total controle da situação. Vacilei..

Por volta das 18h cedi ao sono. Acordo assustado, já é quase 1h, nao conseguiria atingir a meta do dia! Abaixo um pouco a meta e me ponho a trabalhar mais um pouco para depois voltar a dormir, assim poderia conservar um falso senso de vitória e prosseguir.

Relaxado por essa sensação ainda me permito assistir minha série favorita antes de dormir em sua reprise da madrugada (Grey's Anatomy), era estréia de temporada. Coloco então o despertador para 7h30 sabendo que provavelmente não iria acordar.

Previsão concretizada. Ignorando o despertador, e até desligando-o, só vou acordar 12h. Foi aí que percebi a gravidade da situação: o trabalho era para o dia seguinte e eu não estava nem perto de concluí-lo, tudo isso com ameaça de mais uma repetência!

Todo segundo era precioso, era precisa uma atitude adequada a situação. Esse foi o início do dia infernal...



[Continua...]