Ah sim, ele chegou. Desde seu nascimento estava fadado a um fim, nada é infinito se não o próprio tempo. Na ausência de um inimigo a altura restam aos membros desse corpo existêncial inferior sucumbirem uns diantes dos outros e degladiarem entre si.
Olhando debaixo para cima e avistando os flagelos que se dispõem contra nós pobres servos, raras as vezes que acabamos por lamentar a nossa fragilidade: o que desperta nosso temor é esse universo de coisas que vai ruindo ao nosso redor.
Não falo necessariamente de pessoas, ou mesmo de seres que concebemos como "viventes", mas de todas as outras existências com ciclos vitais, início e fim. Um filme, uma música, um programa de tv, um show, um livro.. um momento.
Até arrisco a dizer que nossas vidas são insignificantes diante desse amontoado de cadáveres que vamos acumulando, pisoteando-os em nossa ignorância. E o fazemos por um bom motivo, se a vida de um ente querido nos deixa afásicos que efeito teria o de sentir o peso da perda diariamente?
A chave para isso deve ser um equilíbrio emocional que beire a insensibilidade muitas vezes, mas sem deixar de se ter a ternura necessária para não sair dessa vida como uma página em branco, limpa e protegida, mas sumariamente descartada em um cesto de lixo dando vez a novas folhas.
Bom, talvez eu não precisasse ir tão longe para mostrar aonde quero chegar, é uma questão simples. Indo direto ao ponto, terminei de ler um livro. Não qualquer livro: finalizo o último de uma coleção de livros da saga de um certo bruxinho.
Entre filmes e livros estive por acompanha-lo desde meus 11 anos. E essa pequena vida se abrigou em meus sonhos, um universo de fantasia que, sim, talvez apele muito para a criança dentro de nós que anseia pelo fantástico nas coisas mundanas.
Em momentos de vazio extremo em que vagueio como que guiado pro uma bússula errante, é fácil se agarrar a esse lado com todas as forças e, com um pouco de insanidade mental, talvez se aconhegar nesse canto da mente que é tão quentinho e feliz.
É, pode não parecer, mas eu tenho os pés muito firmes ao chão para consequir essa proeza. A felicidade terá de ser encontrada pelos meios tradicionais.. chatos se preferir. Nada de Lorde Voldemort, apenas o medo de pessoas.
Diante de tudo isso, o que eu tenho para concluir? Enfrentar esse mundo de cores apagadas e conquistar meu lugar com os pés firmes no chão? Não... vou escolher um livro novo pra ler, não precisa ser de ficção. Até Caio Prado ensinando história teve efeito similar..
Fugir.. Fugir... Será que gostar de livros seja, afinal, a demonstração máxima de covardia?
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