Música

http://www.blogger.com/add-widget?widget.title=Megadeth Radio&widget.content=%3cscript type%3d%22text%2fjavascript%22 src%3d%22http%3a%2f%2fwidgets.clearspring.com%2fo%2f4adc6e9803694c34%2f4b33ce080a7736c8%2f4adc6e98366e230e%2f41409611%2fwidget.js%22%3e%3c%2fscript%3e

Pages

30 de novembro de 2009

Não Me Pergunte Como Estou

Dúvidas dúvidas, por que tê-las? O questionamento na escrita chegou ao seu limite: hoje escrevo por não querer escrever. Não tenho ideias, não tenho palavras, não tenho o tato e a sensibilidade para converter as ideias ausentes em palavras ligadas por algum nexo.

A vida me trouxe até aqui, até essa mal-cheirosa madrugada. O ar se encontra empesteado de lembranças, embora eu não possa vê-las, agora. Sinto ter perdido algo, só não sei o que, e esse algo volta para me assombrar. O contraste dos vestígios mistériosos com a rotina da nova vida denunciam: sou um perdedor.

Não pela gíria popular com conotação negativa, mas pelo sentido mais literal da palavra, o de alguém que perde as coisas, que se solta delas. "E não somos todos perdedores?" -pode o cínico perguntar e eu digo "Pois que sim, pois que sim, mas poucos o fazem como eu".

A prática leva à perfeição, é como diz o ditado. Como o pescador ecológico que se permite ir atrás das feras mais raras por se comprometer a soltá-las em seguida, fiz o mesmo com pessoas, coisas e sentimentos. Fui atrás daquilo que não me é de direito e nunca vai me pertencer. Só vou atrás daquilo que eu puder perder na sequência.

Nada fica nessa renúncia de pertences, somente a memória da caçada e do momento em que obtive o prêmio antes de largá-lo. Aquilo que perece na estante de ganhos, eu renuncio, não por sensatez, mas por simplesmente ser um perdedor. O eterno não se perde, apodrece.

De podre já basta a minha atitude e meu humor. Como destrato aqueles que me amam! Jogo tanto a culpa na tristeza, mas estar aqui é quase escolha, tenho de assumir responsabilidade por meus erros. Àqueles que me surportam, meus agradecimentos.

Devia destratar a quem sumiu de vista e pouco se importa com o que me tornei, mas se revoltar contra o pai ausente seria muito vulgar, até para mim, o mais vulgar dos filósofos de blog. Engaveto esse sentimento com meu passado, ambos não tem sentido.

Gostaria de escrever mais um pouco, o "mais um pouco" que me falta, mas se o tivesse, não haveria o conflito necessário para criar palavras-problema. Meu fim como escritor, portanto. Mais um desejo sem sentido, mais um dia sem sentido, mais um dia sem você

Você, que, por mais que eu oculte, é para quem eu endereço a maioria de meus pensamentos, escritos ou apenas pensados como os pensamentos devem ser. Não preciso lembrar a toda hora... afinal, como disse Shakespeare:

Conservar algo que possa recordar-te seria admitir que eu pudesse esquecer-te.

Sigo amando-a como naquele dia de tempos atrás, embora não saiba, embora não ligue... acho que nem eu ligo mais. Virou tão banal, quando a dor é rotina logo vem a morfina (dá até ditado).

1 comentários:

Amora disse...

É... tem dia que a gente escreve o que sai, o que entra... o que fica pelo ar... é uma forma de "auto-tradução". Será que isso existe? Risos... Continue treinando... Sucesso!

Paz e bem!
Aline.