Não saberia precisar a profundeza do meu quadro de tristeza ou ainda a validez de tal sentimento. O que é exagero e o que é perda se confundem no tracejar de hipóteses sobre o que deu errado. Posso, no entanto, ver a dimensão de meus erros.
É forte a lobotomia...
Primeiro erro: quero dizer a todos o quanto sofro mesmo que isso implique em sentir tudo de novo "é válido se tiver sentido, se for lembrado". Irônico que o que mais quero é esquecer de tudo isso e partir para a próxima.
Segundo erro: é desejável retornar a uma época em que tudo fora mais simples, mas igualmente deturbado e caótico. Pondero sobre a volta de um amor perdido na troca pelo amor roubado, é sempre o impossível que me atrai. Será possível?
Com a ambição de alquimista tento converter rejeição em amor, dor em prazer, incorporo a autoridade de cientísta que muito se arriscou pela fórmula e agora vai para seu experimento. É mais veneno que preparo para tomar em seguida.
Nem mesmo os ratos mortos em embalagens me impediram de tragar meus primeiros cigarros, não seria agora que a alcunha de veneno provocaria temor. Muito pelo contrário, me empolgo. Lambo os beiços de pensar nos riscos. Risco de ser feliz. A morte, a apatia, a tristeza e outras companheiras são inevitabilidades, não riscos.
Pensar pensar, por que insisto em pensar (no que é certo)? Fazer fazer, por que insisto em fazer (errado)? Não é coincidência, meus conceitos em algum momento se definiram pelo oposto angustiante. Algo em mim muito goza pela contradição.
Vou tomar mais uma dose de palavras soltas por mais que estas me tapem a garganta, a sede é tanta que me nubla os critérios. Suicídio moral. E quantos destes já não fiz? Falta-me amor, mas sobretudo integridade. Sentido, também falta sentido
Faz sentido para você?
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