Ahhh... o Verão!

Para o paulistano autêntico, como eu, verão é sinônimo de passar sufoco, andar vestido até o pescoço no asfalto quente ou penar sem camisa em casa com o ventilador na cara nos momentos de descanço. Quarta mesmo, fui para uma entrevista de estágio de social completo.

Mesmo nas férias, o paulistano não foge do sufoco. Pega estradas lotadas com a familia inteira no carro para curtir uns dias pensando em quando tiver que voltar. Se houver um dia, algumas horinhas também servem, que justifique todo o planejamento e a espera por esse momento, terá valido a pena. Tive o meu nesse fim de semana de carnaval...

Estava na casa do meu avô com piscina, churrasqueira e muita cerveja. O cenário idílico foi gravado na minha memória quando chamavam a criança pequena do bando (figura indispensável à uma boa bagunça) para sair da piscina:

- Naiara, sái da piscina, seu pai também vai sair.... seu pai também vai sair! - repetição necessária pois o preocupadíssimo pai passava, ao fundo flutuando deitado em uma boia, com os olhos fechados.

Isso sim que é verão! Um clima de total descontração regado a piscina e cerveja, carne e carteado e outras bobagens. Cheguei a tal ponto de ver o passar das horas pelo sol que se punha enquanto usava de cada raio seu brincando até mais que Naiara que já fora dormir.

O verão verdadeiro demorou a chegar e, tão logo chegou, foi embora. Já na segunda, na mesma casa, sob o mesmo sol e intinerário, não era a mesma coisa. Aproveitei com a preocupação de aproveitar ao máximo: estava de volta à pressa paulistana.

Ao cair da noite, já estava solitário e triste, acordado do sonho de verão. Assisti as horas passarem esperando o cansaço chegar para que o dia seguinte viesse e eu voltasse para casa. Hoje, nessa terça-feira, estou de volta e me perguntando porque aquela vida boa não me saciou por mais que um momento.

Talvez seja verdade, afinal: podemos fugir de nossa casa, abandonar hábitos, sair da rotina, trocar a roupa e o ambiente, colocar um sorriso no rosto e mudar nossa postura diante da vida, mas nunca fugiremos de nós mesmos.