Estou perdido. É comum que eu tenha algum palpite a cada obstáculo, ainda que, geralmente, por uma indagação infantil baseada em preconceitos. Mas agora escrevo sem qualquer pista de onde estou e para onde vou (mesmo de onde vim, fica nebuloso). O trajeto das sensações, sem qualquer lógica, me trouxe a um beco sem saída.
Repasso os fatos na memória para entender em que ponto da tristeza realmente estou. Seria a depressão essa falta de energia? Ou desânimo está mais ligado à frustração e o orgulho ferido? Sendo mais ousado, posso até pensar que isso é amadurecimento.
Enrijeci-me na minha forma definitiva, a teimosia e neurose sintomática só seriam diagnósticos errados de uma personalidade lapidada. O tempo revelou o que serei na sequência da minha vida: um adulto derrotista e sorumbático.
Não consigo mais "bater palmas para a tristeza" e brindá-la em meus textos como modo de vida respeitável e romântico, tão pouco vejo a maneira como amo, de forma orgulhosa. Reconheço que existe sim uma forma de prazer em tudo isso, seja por mero masoquismo ou presteza do subconsciênte para me fortalecer, mas sei: tudo isso é miragem.
A verdadeira beleza está na felicidade emanada de um sorriso sincero, mesmo que causado por um filme de roteiro simples ou livro de auto-ajuda, piada de português ou video-cacetadas no faustão. Continuar me enganando e seguindo nesse passo sonâmbulo por uma suposta sensibilidade literária que eu possuria, é o mesmo que chamar retardado de excepcional.
Em ambos enganos se mascara, por motivos políticamente corretos no caso citado, uma vida limitada, deficiente. Que me perdoem a grosseria mas... convenhamos. Um escritor vulgar, como eu, tem de ser pontual e sem grandes pudores nas colocações.
Apesar dos pesares, preciso de uma conclusão para o raciocínio. O que fazer? Resta traçar um mapa e me guiar pelo mesmo, saber de que ponto a que ponto guiar rumo a sensações mais dignas que a auto-piedade e o conformismo.
Lembrando, é claro, que minha bússula me guia pelo pior dos nortes: o amor. O norte mutante me faz ter de trocar de mapa constantes vezes, se traço um agora não é feito inédito. Como disse anteriormente, nunca antes me faltaram palpites de para onde seguir.
Quem sabe a maturidade não tenha cristalizado o amor errante? Não é ideal, mas já defini minha forma de amar. Resta seguir viajem com os intrumentos que possuo. Se são deficientes ou não, só o tempo dirá...
"Navegar é preciso; viver não é preciso"
1 comentários:
Gostei do modo coloquial como propoem as palavras tornando um texto simples e ao mesmo tempo muito complexo.. procure seguir seu coração, por mais inútil que seja talvez ele dê o caminho a ser seguido.. quem sabe assim você não faz seu mapa.
Beijos.
"Baú de espantos".
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