Rumo à Aceitação - um outro ponto de vista
Ao indagar sobre minha vida baseado nos estágios do luto, minhas ideias esbarraram em um amigo dos tempos de colégio. Deixo sempre o link do meu blog quase como isca na mensagem pessoal do messenger, não raro obtenho visitas e, em algumas ocasiões, até comentários. E foi caso desse amigo perdido nas águas do tempo: catalisei um diálogo.
Energizado por minha iniciativa, ele veio a mim, ainda que timidamente via web na janelinha flutuante, e disse tudo o que pensava sobre o assunto. Rebati a saraivada inicial de ideias alheias com um quase silêncio temendo uma exposição muito brusca. Aos poucos me entreguei à conversa e compartilhei experiências e pensamentos de peito aberto.
O contato foi tão significativo e, ao mesmo tempo, fulgaz que ficou algo pendente. Não soube o que era até que este mesmo amigo me mandasse um e-mail relatando suas impressões de um estágio de luto o qual eu ainda não havia abordado: a depressão.
Fechou-se o circuito, o que começou com um texto teria de acabar com um. Não pretendo de maneira alguma encerrar a amizade, mas tirar, da conta dela, esta pendência. Melhor do que falar sobre o que escreveu esse amigo é já mostrar de uma vez. Diferente de mim ele já alça voo por outros ideais, vê nos estágios do luto a superação mais do que a morte.
Eis o apelo da mente ativa que, encarando o fundo do poço, concluí que só é possível subir; eis a visão de quem se prontifica a mirar apenas a dianteira e seguir em frente por um otimismo racional e lúcido; eis... outro que não eu:
Ultimamente estive navegando no penúltimo estado do luto, a depressão, mas ainda obtive forças para escrever, pois entendo que desenvolver este tipo de literatura ajuda a clarear ideias.
Muito me incomoda o fato de ter de partir para outros relacionamentos quando o fim chega. Este tipo de pressão em continuar vida e vivê-la ao máximo, torna-se desgastante para alguém que sempre esteve acostumado a manter um circulo social bem restrito.
Quando escolho uma nova parceira, sou criterioso. Muitos fatores são levados em consideração, mas não aprofundarei estes detalhes pois este tópico foge do assunto discutido. Em contrapartida, ainda sinto o medo do desconhecido que reside no universo da mente alheia, bem como o nervosismo infantil que me assola quando estou perto de uma pretendente com muitas qualidades.
Este tipo de limitação me impede de socializar e desenvolver laços com outras pessoas efetivamente. A pressão que eu exerço em mim, para que as coisas aconteçam só agrava o quadro descrito no parágrafo acima.
A combinação de expectativas em alta, pressão e pouco progresso só poderiam resultar em frustração. Depressão por não me inserir na sociedade do jeito que espero.
Já tentei inventar muitas explicações para me proteger das minhas ambiciosas expectativas, como: "não gostar de festas", "multidões" e "bares". Também confesso que já menosprezei pessoas que eu via socializando entre rodas de amigos, ora bebendo no boteco perto de casa, ora em festas em casas noturnas ou casas de amigos, mas eu me nego a fugir do meu destino inventando mentiras sobre minha personalidade!
Quem sabe se eu sucumbir a este modo de pensar, eu posso me tornar um eterno frustrado!!!! Oh no!
Carrego a certeza de que o curso da minha vida é definido única e exclusivamente por mim. Certas experiências proporcionaram descobrir que a força de vontade e garra para resolver problemas é fator que influi majoritariamente na maior parte das situações. Como naquela vez que passei o terceiro ano do colegial estudando as matérias pelo Google e sem participar de nenhuma aula.
Ora Skinner sabia que os sentimentos são resultado do processamento dos estímulos que recebemos. Paralelamente, se minha felicidade só depende de mim, que nem falava a psicóloga da TV, eu processo meus estímulos do jeito que achar melhor, paro de me afogar em preconceitos e medos infundados.
A final, basta parar de matutar sobre este assunto, vou deixa-lo guardado neste texto. A aceitação está logo adiante.
R.C.P
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