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18 de março de 2010

Depressão (parte 2)

Na Ante-Sala da Morte - o fatalismo injustificado

Se meu colega vê a salvação nos dias vindouros, nossas visões não poderiam ser mais diferentes. O luto pode tanto tratar daquele que vai passar pelo inevitável quanto o que já passou e tenta se recuperar. Talvez essa seja nossa diferença, meus pensamentos e conclusões são mais trágicos por refletir a dor de quem enterra a si mesmo.

Só se supera um obstáculo, nunca a si mesmo. O colega enterra emoções do passado, eu enterro o meu próprio coração e nego o futuro. Óbvio que as figuras de linguagem e metáforas me permitem entrar em um discurso exagerado e mentiroso, mas a dor é real. Impossível reter-se no vocábulo "dor" para falar de dor, a mentira se faz necessária.

Seguindo o raciocínio então, que luto é esse? Que bem me traria aceitar minha própria morte quando esta é fictícia e metafórica? É um processo de auto-ilusão, psicóse ou autismo mesmo e dá um novo sentido ao estágio de aceitação que meu amigo quer que eu abrace. Fazer isso é querer morrer, é uma depressão parte dois.

E de fato, estou deprimido. Coloco tudo o que é inevitável no meu ponto cego reservando aos meus 180º de visão apenas aquilo que eu posso transformar. Travo uma batalha triste para me manter dessa forma, não posso parar por um minuto que as lagrimas já voltam.

Não penso mais em como as coisas poderiam ser diferentes, pois nunca serei diferente. O que pode ser transformado vai se extinguindo até que a única solução para não encarar o inevitável seja fechar os olhos. Há dias em que passo às cegas tateando um caminho para fora de mim mesmo até ser tragado de volta para o ponto de partida.

Quer dizer, ao menos é o que eu sinto. Posso muito bem estar patinando no mesmo lugar, tanto às cegas quanto de olhos abertos. E quando viver, em todos os seus aspectos, passa a fazer parte do corpo desse Inevitável assombroso, resta morrer parar provar à si mesmo do contrário. A morte põe fim à qualquer discussão.

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