Busquei nos olhos de outras garotas o que não encontrei nos seus. A olhando de baixo não tenho ângulo para me ver refletido, me ver visto. Quando nossos olhos se encontram, é quase sempre por acidente, só assim é perdoável a minha ânsia de perfurar sua alma e criar meu espaço. Não tenho esse direito. Não, não ao menos contigo.
Para manter puro esse amor incauto, tenho, por dever na preservação de algo tão raro e bonito, de me perder nos olhos das outras e só à essas permitir acesso ao meu desejo. Tanto me diminui como homem que o que restou de minha hombridade é visto como impureza. Destilo o desejo em olhares impuros para tornar aos indignos (e puros) olhares que só você é merecedora.
Tem tudo, desde o sorriso ao olhar, só lhe faltou o espaço no coração para me abrigar. Tem até mesmo a piedade que a faz permanecer serena e magnânima diante de meu sofrimento para evitar constrangimento. E por essa nobreza, me faz sofrer. Antes fosse uma megera! Saiu-me como a mais digna das musas... e a mais indigna das paixões.
0 comentários:
Postar um comentário