Pare tudo, deixe-me ficar! Que cessem os movimentos bruscos dessa vida inútil, cansei de valsar sem saber os passos, cansei de rezar o terço sem acreditar! Ser depressivo e funcional me fundiu a cabeça, não conseguiria seguir em frente nem se quisesse.
Qualquer distância é muito longe e qualquer jornada é futil, nenhum lugar poder ser muito diferente daquele em que já estou. Propor mais exercícios, que soam mais como performances, para estimular meu crescimento é ridículo! Caminhar por essas trilhas rotineiras só me traz tédio e um desgaste físico e moral, virei uma concha vazia e sem brilho.
Por ter errado alguns passos e tropeçado, fiquei assim desconfiado e ranzinza. Talvez haja beleza no movimento e lugares os quais valem a pena estar, mas a experiência sempre me apontou o contrário. A decepção é tão grande que amaldiçoo qualquer deslocamento, quero parar no tempo e no espaço. Comprei essa utopia.
Se eu estiver dormindo, não me acorde! Que a vigília se apresente por si própria quando já for inevitável; se eu estiver pensando, me deixe estar! Que a confusão me atrapalhe quando não restarem mais fatos a ponderar; e, por fim, se essa vida me derrubar, não me erga! Que eu rasteje no chão até não me sobrarem mais forças.
Desejo ser arrebatado por completo em cada setor da minha vida e não ter mais de simular quaisquer movimentos. Flutuarei no espaço aguardando uma nova aventura sem expectativas ou frustrações: "está em outras mãos que não as minhas, agora".
E se me proponho tudo isso, e se viver me cansa tanto, meus motivos não podiam ser outros que não aqueles providos pelo coração. Não quero me mover segundo minha vontade, sobretudo, porque sei aonde iria guiado por meus próprios pés...
Bater à sua porta e me sentir pequeno novamente é algo que não consta nos meus planos. Quero é seguir em frente, mas sei que deixar de te amar é mais absurdo do que desejar a própria paralisia.
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