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21 de junho de 2010

Fase Azul

Com a cabeça mais calma, livre daquela dor crônica na região da nuca, posso parar, pensar um pouco melhor e deixar o vicío no registro me impelir a relatar essa segunda reflexão após o texto anterior. Estou triste, terrivelmente triste.

Apesar do texto triunfal, pois que comecei com o meu maior incômodo e angústia e terminei falando de amor (e nada mais triunfante que o amor, meus amigos), o único triunfo aqui é ver-se livre da depressão para viver essa tristeza de forma plena.

Tristeza estranha. Sem nome, virou "fase azul" na ironia do próprio sofrimento. Chamar algo de fase, de passageiro ou breve, é diminuir no tempo e, consequentemente, na importância. E vem mais desprezo ao se emprestar um termo que já existe (se não me engano, no mundo da arte) assumindo-se a preguiça de confeccionar algo meu.

Somos sempre mais duros com nós mesmos - já resaltou uma blogueira muito perspicaz, uma vez (link aqui) - e talvez seja esse o caso. Todos ficamos tristes em algum momento e lá vou me diminuindo por me sentir dessa forma... mas as circunstâncias justificam.

É tristeza auto-infligida, masoquismo. Não me senti triste antes de "lembrar" de que estava triste, não me sentiria assim se não trouxesse isso a mesa, se não me lembrasse de que ontem, antes de dormir, forçava lágrimas para fora ouvindo música clássica no canal musical da tv a cabo ás 5h da manhã depois de uma festa.

Só me livro da auto-crítica (que, bem verdade, é um masoquismo ainda maior, quando não pior ao se resumir à uma patética busca por elogios) ao comparar essa tristeza com minhas coceiras. Já explico, calma! Mas sim, a metáfora é realmente absurda.

Tenho a pele sensível, mas tomo banho quente, do contrário, ficaria tremendo embaixo d'água. Resultado: não raro, eu fique com a pele toda irritada depois. Eu preciso tomar banho, é evidente! Infligi-me a coceira, em termos, mas por uma necessidade.

É assim com a tristeza, preciso ocasionalmente de uma limpeza na alma, um escritor sempre pergunta como se sente para si mesmo - o que, em mim, vira um tal de "o que há de errado comigo?" - e, se a resposta é vaga, eu preciso elaborar. Não basta um "não me sinto bem", preciso dizer: "estou triste" e ainda escrever textos e textos sobre isso.

Busco motivos, empurro lágrimas; crio a tristeza, para bem falar a verdade. Poderia ter dado o dia por encerrado, mas a higiene sentimental exigiu a repetição do ritual quando meias tristezas me intercederam, disseram que estou mal e não me explicaram por quê, me fazendo ter de imaginar uma resposta nova na falta da certa que sempre me foge.

O dia em que eu me der por desvendado, o blog acaba - falei.

Escrevi o texto anterior, tomei o banho e veio a coceira (a união do caso concreto e a metáfora não foi coincidência, justamente por isso elaborei-a, como deve ter deduzido... e eu aqui enxendo linguiça falando do óbvio. Porra, ainda não fechei o partentesis?!)

Maldita carência! Foi na musa que pensei para produzir a lagrima, na manhã anterior. E é assim que eu choro para exorcizar a tristeza ("desvendo-a" e elimino-a), penso em algo, saem as duas lágrimas, uma em cada lado, e, seja pelo alivio genuíno ou pelo ridículo da situação, eu acordo do transe e posso pensar em outra coisa.

A musa, para quem não sabe, é meu grande amor não-correspondido (como todos os grandes amores haverão de ser) Já dizia Nietzsche da indignação diante do amante que não se desilude com seu objeto de afeto quando este lhe retribue o sentimento - seria ela humilde ou tola por retribuir? - seria essa a tônica da reflexão.

A fase azul é só desgosto, então? Pode ser, sou vulgar, pinto de dourado sentimentos comuns... afinal, todo sentimento sincero é comum, somos todos da mesma espécie! E ponto para mim! Contra-disse o ponto-chave do texto anterior, de que nos faríamos únicos pelos nossos sentimentos. Agora eu já tenho pelo o que chorar, pelo menos...

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