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3 de julho de 2010

Narcisismo

O possuo em demasia. Só essa confissão já valeria como postagem do dia, pois que nos dias de hoje é complicado reconhecer as próprias falhas. Pense só, caro leitor, provavelmente já deve ter ido à alguma entrevista de emprego e sido questionado sobre suas falhas. Quantos já não incorreram à velha tática de dizer "perfeccionismo"?

E isso lá é falha? É, mas só se chegar à neurose ou à transtornos obsessivo-compulsivos, o que seria engraçado de se devolver ao entrevistado espertão para ver como ele reagiria. Mais engraçado ainda se o candidato de fato possuir TOC e constranger o entrevistador.

Mas confesso que (sim, hoje os ganharei por minhas confissões), apesar de tentar sensibilizá-los com esse exemplo, não fui confrontado diretamente desta forma. Os entrevistadores devem ter ficado espertos para isso. Oportunidade para pensar a questão, não é mesmo? A resposta padrão já não é necessária: qual é o seu defeito, realmente?

Não importa, não me digam! Meu defeito é o narcisismo e eu não ligo para nada do que vocês tem a me dizer. Quem não me conhece pode pensar que eu estou brincando... mas eu realmente falo sério, ainda mais quando eu estou escrevendo, fico bem centrado.

Então... eu me respondo: além do narcisismo, já pensei em dizer que eu sou preguiçoso em uma dessas entrevistas (se eu fosse perguntado, obviamente, também não quero sabotar minhas chances, só queria ver aonde isso ia dar). Bom, me entendam, já fui em um sem número de entrevistas e nunca dá em nada, sobrou aloprar.

Da preguiça, nem tenho muito o que falar (por isso o título é narcisismo). Diria ao entrevistador que preciso estar empolgado para me envolver em projetos, que aquela oportunidade oferecida em especial despertaria isso em mim revelando um potencial que... é, eu ia mentir no final das contas também. Tanto quanto os perfeccionistas.

Vê? Isso sim é um defeito digno de ser confessado! O narcisista se ama tanto que é capaz de racionalizar os próprios defeitos de modo a entregá-los como qualidades e, até certo ponto, acreditar no que diz! E se amar ainda mais quando a mentira é mais elaborada!

E todo blogueiro não seria também?

Expor os pensamentos de uma forma tão visceral não deve ser mero desabafo, ou é? Não sei dizer, ainda mais generalizando dessa forma. Mas... já visitei blogs muito diferentes e a maioria dos pretensos escritores não possui qualquer controle sobre o que diz.

Quase como se eles entrassem em um espécie de transe e quando percebessem... bum! O texto está lá, publicado. Ou, sem ser tão mistificador de uma realidade cinzenta, escrevem para curar o tédio. Com mais tédio do que ideias, e sem habilidades para temperar o que está cru, fariam cortes do pensamento com uma faca quase cega.

O gosto do produto final é terrível, mas esses infelizes já queimaram o paladar com tanta televisão que nem percebem. Então, sim, desabafo, pode ser. Mas é fácil confundir com narcisismo. E, veja bem, não estou dizendo que uma forma é melhor que a outra.

As duas são estúpidas: ou vocês escreve porque acha que seus pensamentos interessam a todo mundo, ou por tédio. Eu faço pelos dois; Adendo: é possível "cozinhar" um desabafo propriamente, mas sabem como é... minha visão enxerga mais o negativo.

Ok.. ok... agora eu me perdi. Ah! Sobre confundir desabafo com narcisismo, não sei se vocês repararam, mas muitos blogs funcionam ao estilo fotolog. A pessoa coloca uma foto de si e escreve alguma coisa. Sempre assim, uma foto diferente para cada postagem.

Essa é a postagem de número 278, para vocês terem uma ideia, imaginem seu eu tivesse uma foto minha para cada uma dessas? Ia ser, no mínimo, estranho. No meu HD, eu tenho cerca de vinte ou trinta auto-fotos e já acho muito.

Mas vai saber... essa era digital banalizou a fotografia, minha vida está dividida entre um e outro extremo (quando criança, cheguei a usar daquelas maquinas descartáveis), devo estar pendendo muito para a antiguidade. E se for isso, me museifiquem! Não arredo o pé: só porque é fácil, você não precisa fazer...

E olha que nem estou atacando! Acho válido, tanto na obra com senso identitário, afinal, é mais fácil se identificar na sua arte com seu rosto lá; como no sentido estético, já que, se a garota é bonita, pode ajudar, às vezes... e nem precisa sensualizar, não estou sendo porco. Em algum ponto temos de tomar consciência de nossas qualidades.

As garotas que usam de sua imagem, e não entendam usar como prejorativo, que temperam seus textos com a própria beleza (e, às vezes, trabalhando pela qualidade nas duas vias, imagem e texto, tornando-se simplesmente irresistíveis!)... e os garotos também, não serei machista (ainda que o feminismo me irrite), estão apenas usando das armas que dispõem na vida exterior à blogosfera.

E acho que é aí que o narcisista perde, a noção exata de si lhe falta sempre. O meu blog tem pouquíssimas imagens e, dentre elas, menos ainda são fotos. Mesmo assim, me vejo como uma grandissíssimo narcisista. Por quê? Talvez essa ausência, aí sim, justifique-se pelo perfeccionismo: nenhuma foto que eu tiro sai como eu acho que deveria sair.

Quer prova maior do descompasso entre a imagem que o narcisista tem de si e aquela dita como real? Se realmente quiser, eu não tenho, creio ter sido categórico o suficiente. Faltou apenas falar daqueles que, como eu, são realmente narcisistas, com ou sem foto... mas aí, julgo que estes já falam suficientemente em nome de si próprios.

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PS: Confesso à vocês que pretendia tirar uma foto, cá como estou agora, varando a madrugada de sexta para sábado, ainda com a camisa do Brasil desde o jogo, cabelo desgrenhado e acentuadas olheiras. Não achei a câmera, infelizmente. Acabou que essa falta deixou o texto mais coerente (ou eu que o deixei mais coerente pela falta?).

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