Costumo ser tão racional em minhas percepções e, no entanto, não consigo me utilizar do tempo para justificar sensações e apaziguar angústias. Faz sentido e não faz, dizer que tudo passa é isso, de uma nulidade absoluta por opostos equivalentes.
Tudo cheira a para sempre, então mesmo que isso passe (e sei que passa!), a sensação é de eternidade. O debate nunca foi se objetivamente algo dura ou não dura e, se dura, quanto tempo - o que está em jogo é maior do que isso. Onde dobramos o tempo, é ali que eu vivo, é dali que fogem meus fantasmas: das fissuras de um relógio quebrado.
Tem hora que tudo cansa, olho no espelho e canso até do meu próprio rosto. Pensei que o cansaço resolveria, ingenuamente acreditei no congelamento da tristeza na rotina. Mas a cada dobrada do tempo são mais fantasmas que se soltam. Cessada a distração, em meio a exaustão completa, nos vemos fracos e prontos para sermos devorados pelo vazio.
Isso tudo pode passar, mas por hora vai ficando e ficando e ficando... e tanto fica que já eu mesmo não quero mais ficar aqui... que eu passe então.
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