Saudade

E essa semana descubro, por fim, que a dor sobre aquilo que existiu e se perdeu pesa muito mais do que aquela sobre o que poderia ter sido. Foi tudo um teste, um sonho, para chegar até aqui, até você. O sentimento é tão intenso (real pela primeira vez!) que fica o medo de que eu seja mal compreendido ou, sendo compreendido, de que não seja correspondido... de que fique como mero exagero de uma alma barulhenta.

Só me acalmo ao pensar que se talvez não lhe ocorra metade das coisas que me afastam a calma e provocam tantas lágrimas, você esteja melhor do que eu - inteira e vivendo apenas o lado bom dessas memórias todas que criamos.

Mas acho isso pouco provável, justo por ser uma criatura de enganos, acerto aonde todos os outros se confudem. O que não tem nome só pode ser amor, amor do bom, do forte, do verdadeiro. Se dói tanto a falta é porque me entreguei por completo e obtive algo em troca, o que tivemos não foram só experiências: tivemos um ao outro.

Resta saber se colocar tudo no pretérito, tratar o sentimento como material de mais um texto, é o correto. Depois de tantos amores-poesia veio o nosso que é pura prosa (vocé é muito resenha, menina!), não faz sentido que acabe tudo por aqui.

Até qualquer dia, Recife nem é tão longe...